Até o segundo período, a Senhorinha Maria usufruía do delicioso e divertido parquinho com areia. Escorregador, casinha de boneca, gangorras e muita areia, faziam parte do “espaço de brincar”. Mas a escola entrou em reforma e as crianças, por esse motivo não puderam se divertir no parquinho por exatos 12 meses.
Esse ano, já com os parquinhos reformados, foram os pequenos novamente para seus brinquedos e a deliciosa areia, essa que fascina as crianças. 
Dia desses Maria chegou em casa com a meia toda encardida! E mãe já viram, geralmente nota em primeiro olhar a sujeira e o trabalho para tirar todo o amarelo daquela meinha branca branca. Mas mãe que sabe que a infância exige liberdade, nota imediatamente também, a brincadeira espontânea, ingênua e necessária atrás daquela sujeira toda. 
E os dias passam com mais brincadeira no parque. E foi em um dia desses, vindo eu e Maricotinha da escola, que a pequena me diz preocupada:
– Mamãe você não vai gostar. Minha meia está toda suja do parquinho.
– E o que que tem minha filha?
– Pensei que você fosse achar ruim.
– Por que eu acharia ruim?
– Porque está toda suja. 
– Mas como você vai brincar na areia sem se sujar? Claro que não vou achar ruim.
– É que, mamãe, eu poderia até brincar com o tênis, mas aí não sentiria a areia nos pés…
E lembrando que moramos em apartamento, que Maria cresceu sem a liberdade do quintal, da terra, do sujar, como poderia “parar” a brincadeira simplesmente por causa de uma meia suja? Lavaria, uma, duas, todas as vezes que d.Maricotinha viesse do seu momento de liberdade e crescimento. E se essas meinhas tão sujas de terra ficassem encardidas, o que importaria? Iria me lembrar feliz que Maria, graças a Deus, vive hoje da forma plena, justa e viva a sua idade: da cor pura da sua infância!
Como é colorido e saudável o mundo imaginativo e lúdico das crianças… Bom seria se aprendessemos a brincar e a sonhar como elas…
(Teresinha Nolasco)