Tenho aprendido a não mais usar a  palavra “difícil” para definir a adolescência e sim “desafiadora”.

A dificuldade pesa, é custosa, é árdua. O desafio sugere “ir à frente”, nos impulsiona, nos torna mais fortes, com mais vontade de descobrir ou superar o que não se apresenta de forma tão simples.

Sim, os desafios não são tão simples, porque não estamos preparadas a essa mudança quase brusca na vida dos filhos e na nossa, como não estamos preparadas à maternidade e nenhuma de suas fases. Nós a vivemos simplesmente, nos adaptamos a algumas mudanças, nos deliciamos com outras, nos renovamos e assim tentamos conduzir tudo com sabedoria, com erros, acertos e com muito amor acima de tudo.

E como erramos viu? Nos vemos perdidas em meio à mudanças  inevitáveis que  nos balançam com força.
O temperamento à flor da pele, o colo que não é tão necessário mais, o abraço que fica frouxo e que sentimos tanta falta, os ouvidos muitas vezes “tampados” que não nos deixam ajudar e ter aquelas conversas infindas que estávamos acostumadas a ter…

Aqueles velhos costumes e a falta que eles fazem…

… estremecem nosso coração, porque sentimos que a infância está ficando pra trás. Aquela criança dependente de repente cresce. De repente sim, depois de você ter vivido anos e anos com toda essa meninice espontânea, parece que tudo foi de um dia pro outro..

Essa criança que nos via como heroínas, que orgulhava incondicionalmente da gente, que nos amava sem restrições e nos achava a pessoa mais importante e necessária da vida deles, que fazia questão de estar onde estivéssemos, agora dá espaço à distanciamentos, à vontade de estar mais “na dela”, de ter preguiça dos nossos programas, de ouvir músicas que não são as que a gente cantou, de se chatearem por achar que não a compreendemos…

Há quem conduza tudo isso com extrema sabedoria. Sem tantas surpresas, sem sentir  falta do que eram antes, sem muito apego àquela fase menos arredia, mais dependente, mais próxima.

Mas confesso que pra mim vem sendo um desafio. E sem meias palavras, dos bem grandes em diversos momentos. Talvez porque eu seja mais sensível, quem sabe? Seja mais emoção e menos razão, mais colo e mais apego.

Mas essa mudança não é complexa só para uma mãe. Assim também, estão nossos adolescentes. Sem preparo pra essa novidade que chegou, sem saber como lidar com as transformações. De repente ele se vê mais sensível também, menos compreendido.

Filha, me perdoa pelo coração apertado e o mau jeito

Todos os dias eu me reciclo e tento compreender tudo que se passa.

A gente sabe né filha que muita coisa muda e não tem como dizer que estamos preparadas. Ninguém se prepara às fases que chegam. Elas vêm e a gente simplesmente… Vive!
Vamos nos adequando a todas elas como tem que ser e não o contrário.

Sei que pra você minha filha, as mudanças não estão tão simples também, nem por dentro, nem por fora…
Sei que nem tudo está legal pra você, que a cabecinha está dando mil voltas…
Embora queira te ajudar, aprendi que tenho que respeitar seu interior quando diz que “não quer falar”…

Pra mim também não é tão simples. Você está crescendo e já não precisa tanto do colo da sua mãe. De abraços tão esmagadores, de palavras infindas de ajuda…

Confesso que estranhei muito essa mudança que aos olhos da mãe, é quase repentina. Hoje vou me adaptando a ela, apesar do meu mau jeito e insegurança…

Falar que você é uma adolescente é tão impreciso… Ontem mesmo você acordou de madrugada.  Estava tão resfriada… Foi até nosso quarto incomodada sem poder respirar e me pediu pra te colocar na cama e cantar uma música. Exatamente como eu fazia todos os dias antes de você dormir….

Você é uma adolescente? Não sei. Embora se anime com tudo que chega, acho que as vezes você tem saudades como eu da infância que não quis nos acompanhar..

Com tudo isso, o que sei e que vejo todos os dias é minha criança crescida. Uma mocinha linda, esforçada, cheia de idéias, vontades, de sonhos…
Te vejo tão feliz, alegre e entusiasmada pela vida, que isso me entusiasma também.
Apesar de tanta transformação, você continua minha doce Maria, que ama, que carinha, que pede perdão.

Estamos nos (re)conhecendo na maternidade.. Vivendo outra relação mãe e filha.

Para mim a adolescência está sendo um renascer materno. Uma outra gestação com novos aprendizados.
Para ela um outro mundo. Em que a independência chega de mansinho. Um mundo as vezes de estranhezas incompreendidas, mas colorido,  palpitante e carregado de novidades.

A adolescência traz suas transformações externas e internas. Para mim, para Senhorinha. Com desafiadoras passagens e lindas e intensas descobertas.
Sabe aquela lagarta em metamorfose?  Somos eu e Maria! 

Por Teresinha Nolasco, Mãe da Maria


Esse tema foi sugerido pela querida Ana Paula do Blog
– Manhã de Jasmim – Obrigada Ana! ♥

A interação é parte importante na Blogagem Coletiva! Conheçam também a história de outras mamães. Todas  tem muito a acrescentar!

Chica – Chica Escreve por aí 
Ana – Manhã de Jasmim
Renata – Diário de Alegria
Cris Philene – Prosa de Mãe
Ju Pelizzari – Mãe sem Fronteiras

 

 

Queridas Mamães, Atenção!

Nossa próxima postagem que será dia 18 de Setembro  – Sempre na terceira quarta feira do mês!

Trará o Tema: Ensinamos nossos filhos a lidarem com a frustração?

Abordagem:

  • Será que de fato conseguimos preparar nossos filhos a lidarem com a frustração?
  • Quantas vezes nos desdobramos para atender aos desejos dos nossos filhos?
  • Em brincadeiras e jogos nem sempre perder é levado de uma maneira saudável… Mas, não podemos deixar as crianças ganharem sempre. Simplesmente porque não podemos satisfazê-los a todo o momento.
  • A decepção! O Não é necessário! E por mais que doa em nós, precisamos preparar nossos filhos para essas situações.
  • Dividir brinquedos e lanches deve ser incentivado. Mas, se o filho não quer, como proceder?

Sintam-se a vontade para abrirem o leque para essa discussão! Até lá!

 

Como funciona a BC (Blogagem Coletiva)

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