Apesar dos tempos serem outros e a educação ter evoluído positivamente em vários sentidos, as mães, sempre foram (ou são) muito assistencialistas. Alguns pais também. Claro que não é regra, mas geralmente é a mãe, com sua eterna oferta ao filho, que coloca tudo em suas mãos, a toda hora e sendo mais sincera: muitas vezes, não os deixa aprender.
Descabelam-se por não darem conta das tarefas de casa e dos cuidados com os pequenos e com o marido ou por vezes, não conseguem cumprir tudo o que queriam, mas ficam à flor da pele, extremamente cansadas e irritadas por excesso de serviço. E o marido e filhos que aguentem. É uma bola de neve.
Por que então não ensinar os pequeninos desde cedo a terem responsabilidades? À sua maneira e com sua faixa etária, há muito a ajudar em casa. Criam responsabilidades e com certeza aliviam a mamãe no dia-a-dia.
Com Maria temos essa consciência e fazemos isso há um bom tempo. São tarefas simples, que ela pode fazer e consegue desempenhar muito bem e que não exigem grande esforço para a idade em que se encontra.

Mas como saber o que elas podem fazer sem sobrecarregá-las?

Tenho na minha cabeça um medidor simples para isso. Se ela sabe virar cambalhota, consegue muito bem agachar e limpar um lixinho que ela mesma fez. Se ela pula igual um macaquinho, então, dá conta de colocar sua toalha no varal. Se sabe ir na caixinha de controles para ligar a tv, com certeza guardá-los quando terminar de assistir seus programas, não é nada difícil para ela. Ou seja, nada que ela não tenha disposição física e motora para fazer. Isso tudo é observado a toda hora, com o uso do velho e amigo bom senso.

Hoje ela está com 5 anos e 7 meses, mas desde mais nova, já ensinamos a fazer certas coisas para ter o hábito da ajuda e da responsabilidade. Creio, e especialistas também falam, que ensinando e delegando tarefas às crianças desde cedo, estas, carregarão com mais facilidade, esse aprendizado da infância. O que as ajudará a serem adultos mais organizados e cumpridores de seus deveres.

Ajudas simples mas que dão grandes resultados

Como a maioria das famílias, temos também nossa rotina diária. Com o passar dos anos, algumas coisas foram conquistadas em relação a essa ajuda, que a pequena pode desempenhar muito bem e sinceramente, acho que todas as crianças, de um modo geral, também podem…

Por exemplo:

  • Trocar-se sozinha (pois já sabe onde ficam suas roupas – enquanto isso, mamãe adianta outras coisas);
  • Pendurar sua toalha depois do banho; 
  • Guardar os brinquedos após o uso;
  • Ajudar a levar algumas coisas para a mesa de refeição (porta panelas, guardanapos, os talheres dentro do copinho…);
  • Colocar o controle de tv em sua caixinha (muito fácil de fazer);
  • Arrumar as almofadas do sofá depois que sair dele (elas não estavam bagunçadas antes);
  • Pegar um lixinho no chão que ela mesma fez; 
  • Arrumar sua mesinha de desenho; 
  • Arrumar sua caminha (mesmo que não saia com perfeição);
  • Ajudar a preparar seu lanchinho de escola;
Etc, etc, etc…

Claro que nada é perfeito, e a criança tem sua resistência para desempenhar essas pequeninas tarefas. Com isso se torna preciso, falar uma, duas ou três vezes. É preciso mesmo persistir nessa missão….  Que fique com preguiça, o importante é fazer. E claro, elogiar sempre que ela consegue cumprir sua função.

Isso é uma reflexão constante para os pais. Se queremos criar adolescentes colaboradores, ou mesmo capazes de se virar em suas tarefas (como lavar seu tênis, por exemplo), é preciso ter essa consciência e ajudá-lo agora a se tornar um jovem independente.

São coisas simples e pequenas, mas que garanto: já fazem e farão grande diferença vida afora.  Não só aliviando a mamãe e papai em suas inúmeras tarefas, mas também criando um espírito de ajuda à pequena. Seja em casa, na rua, na escola, na vida, enfim. E creio que isso a tornará (como já disse), um adulto muito mais organizado, menos preguiçoso e com ímpeto de ajudar… Assim esperamos!
.

                                                      Maria fazendo graça imitando a mamãe 
                                                                  (3 anos e 8 meses)