Brincar é condição fundamental para ser sério, já dizia Arquimedes! Mas como assim? Na minha Santa ignorância eu juro que já tentei, mas ainda não consegui entender essa citação. Brincar pra mim sempre foi vida, alegria, espontaneidade e não condição para ser sério.

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Esses não foram Maria que deixou na janela, foi mamãe interagindo com os brinquedos da Maria 🙂

Por falar em brincar, D.Maricotinha, como a maioria das crianças sempre deixa seus brinquedos espalhados em cada cantinho da casa. Algumas vezes eu e papai já cansados, chamamos sua atenção dizendo que não há condições de continuar daquela maneira. Que se ela não aprender agora a se organizar, será um adulto bagunceiro. Ao mesmo tempo, várias vezes já me peguei olhando pros seus brinquedos montados no chão, horas depois dela ter ido pra escola e tive saudades.

Esses dias assisti a uma reportagem sobre a bagunça que as crianças fazem em casa. Além de muita coisa espalhada, as crianças também aprontam com batons, riscos nas paredes, tintas e outras coisas que elas encontram bem acessíveis a elas. Pela reportagem, várias entrevistas foram feitas com as pessoas na rua e a maioria foi unânime em dizer com outras palavras, que criança tem que ser criança e que o tempo passa rápido demais. Eu concordo!

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Maria aos 2 anos pega no flagra com a maquiagem da mamãe espalhada no chão e no rostinho! 🙂

Na mesma reportagem, porém em residências, duas mães apresentaram cômodos na casa disponíveis para as crianças brincarem a vontade. Mas somente ali! Muito louvável e acho até que funciona, porém uma delas dava a punição de dar bronca e bater se as crianças levassem num descuido, os brinquedos para outro cômodo.

De novo eu questiono: Como assim? Talvez essa seja a condição fundamental que cita a frase acima pra ser sério: se brincar e fugir às regras apanha, ou seja, torna-se sério. Talvez por isso muito adulto se limite a certas decisões na vida. Talvez por isso falte criatividade na arte quando se descobre a profissão. Talvez por limitações, simplesmente não conseguimos driblar as agruras da vida quando elas aparecem. Talvez não tenhamos brincado o bastante e criado livremente na infância. Quem sabe brincar pra ser sério, arranque toda e qualquer liberdade de expressão que uma criança ou adulto venha ter.

Eu me aborreço com os brinquedos espalhados? Sim, sou adulta e o que um adulto quer é ver organização, diferente das pretensões de uma criança.  É claro que ensino Maria a colocar cada coisa em seu lugar e imponho condições necessárias para continuar brincando como ela quer, mas é claro também que tudo volta ao “normal” no outro dia. Eu me descabelo? Sim, muitas vezes, mas não sei se saberia mais viver sem o ambiente lúdico que encontro pelos cômodos e que um dia não vou encontrar mais. E sei que vou sentir saudades…

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Eu adoro ver Maria em cada cantinho da casa, principalmente quando ela não está presente e penso: brincar é condição fundamental para ser feliz!!!