Há muito questiono, ou questionamos eu e Cris, sobre o consumo exagerado de balas, pirulitos e outras guloseimas (muito) açucaradas, que chegam a quase fazer parte da alimentação das crianças. 
Na verdade, não só mais questionamos esse consumo, mas repugnamos certos hábitos. E a cada dia essa “mania” é incorporada descaradamente na vida dos pequenos.
Esses dias, conversando sobre isso, um pai de uma coleguinha da Maria, chegou a fazer uma observação sobre tal exagero. Com outras palavras, ele dizia não entender a existência dessa cultura inserida na sociedade.
E sinceramente, nem eu entendo. Parece uma febre esse consumo desordenado e o estímulo a ele. 
Acrescentei:

– Parece que a criança tem “cara de bala” pra “despejarem” tanta “porcaria” em cima delas.

Se você leva seu filho à festas, pode saber. É variedade dessas guloseimas durante a festa e na hora de ir embora. Um “pacote de açúcar” como lembrancinha, em forma de balas e outra coisas doces que já faz doer a barriga só de relatar.

Em lojas de brinquedo (que cultura horrível), prega-se um pirulito como brinde no presente. Já falo que não quero. E não é só pra minha menina. Pra criança alguma. Não quero pro filho dos outros o que não quero pra minha. Há que se ter consciência.
E não para por aí. Já compraram um sapato infantil que o vendedor “gentilmente” coloca um pirulito nas mãos da criança? Pois é. E com essa gentileza, passam por cima de toda a educação, esforço e cuidado que temos com os filhos para que eles não se entupam desses venenos. 
E acham que eles perguntam se podia dar o tal pirulito? NÃO.
Eles entregam e a gente fica com cara de tacho. É obrigada ainda a agradecer pelo que não gosta e não tem o costume de fazer. Bom, foi uma gentileza afinal.
Quantas vezes, antes que Maria percebesse, me antecipei com a moça do caixa para que não o colocasse dentro da embalagem. UFA! – Dessa vez ela não viu. Menos um dia de açúcar e corante. 
É. Me esqueci dos corantes. Por que não oferecem uma banana ou maçã?
As lojas a gente consegue driblar vez ou outra. Mas o que mais vem nos afligindo e nos deixando de cabelos em pé, são as festinhas na escola. 
Além de doces exagerados durante o evento, vem o “bendito” do pacotinho recheado de coisas açucaradas. Balas perigosíssimas capazes de agarrar na garganta da criança. Exagerada? Nem um pouco. É só digitarmos no “santo google” que achamos aos montes relatos sobre crianças sufocadas com essas balas. 
Chiclete? Esse nem pensar! Me lembro de uma reportagem que passou na tv, sobre uma criança de 11 anos que morreu sufocada com chiclete. Imagina então uma de 6?
Maria mesmo me questionou outro dia:

– Mamãe, se a gente não pode engolir o chiclete, pra que ele foi criado?

– Pois é minha filha. Boa pergunta.
Criança feliz é criança com saúde…

Acho mesmo que um setor de educação NÃO DEVERIA deixar entrar , nem sair tanto doce por ele.. Deveriam dar exemplo e não permitir tal coisa. Já que as festas não tem como serem evitadas, que sejam observadas com olhos bem severos, para que suas crianças não consumam tanta coisa que irá prejudicar a saúde e a base alimentar que está se formando.
Sem contar os aniversários de 30 minutos apenas, que são tão recheados de brigadeiros, cupcakes, doces enjoativos demais, que até as crianças não aguentam. E depois? O pacote de  guloseimas.
Aniversários que tiram a oportunidade da criança comer sua frutinha como lanche, seu suco ao invés de refrigerante. E depois os pais em casa não sabem porque ela não se interessa por frutas e verduras…
Bom, mas tudo isso é outra história.
Apesar de termos uma visão diferente e nos esforçarmos para que Maria não se infiltre nessa cultura,  evitando certas coisas que sabemos que de nutritivo não tem nada, sabemos que a criança que vê um pacotinho de balas tão colorido e tão cheio de atrativos quer experimentar, quer consumir. Não fazemos milagres também diante de tanta coisa chamativa e nas mãos deles. Chamativa mas destrutiva.
Definitivamente criança não tem cara de bala. Ela não precisa dela pra viver “feliz”. 
E podem despreocupar senhores pais e avós, porque ela não vai ficar traumatizada se não ganhar um pirulito que ela nem estava esperando e nem vai sonhar com balas a noite toda e acordar pedindo aquela jujuba que alguém ofereceu e que ela não estava pensando em ganhar…
Mas pode sofrer por um trauma sim, se tiver um diagnóstico de diabetes e radicalmente ter que mudar seus hábitos da noite pro dia. Deixar de comer um bombom, ou um sorvete o fim de semana porque terá que evitar isso tudo por tanto excesso de açúcar que a sociedade taxou como “alegria infantil”.
Vai ficar com traumas sim, se sofrer bulling na escola por excesso de peso. Porque os colegas não perdoam..
E quem vai arrancar esses traumas da vida da criança? Com certeza não será quem achou que uma balinha aqui, 5 ali, 20 acolá, não fariam mal pra ela. 
– Ah. Uma balinha não é nada – Uns 5 pirulitos numa festinha de aniversário não irão acrescentar tanta glicose em seu organismo – Os dentes? Não estragam rápido assim… 

Não somos radicais com nada aqui em casa. Nem somos a perfeição em alimentação. Maria come rúcula e brócolis. Mas como também seu chocolate e seu sorvete o fim de semana. E ela espera com muito mais prazer por não comer toda hora.

Toma seu leite achocolatado com muito limite. Toma seu suco de caixinha com açúcar quando vamos ao shopping e ela vê no freezer. Aceitamos que ela chupe um pirulito se ela pede quando também vê na rua, ou quando um desavisado oferece a ela numa loja de sapatos (fazer o quê?). 
Por já ter tanta coisa disponível à sua frente, é que pensamos mais ainda em não trazê-las pra dentro de casa. Sabemos que na rua, na escola ou nas festinhas, ela possivelmente não vai escapar disso..
Mas o que não aceitamos, é o consumo exagerado, fora de hora. A tranquilidade de enfiar isso toda hora nos filhos ou nos amigos dos filhos. E essa cultura que criança é criança e tem que comer doces.
Quem falou isso?
Por acaso, nossos filhos conhecem o que não oferecemos? Com certeza não. Então o que ele come é o que o permitimos provar, o que damos em suas mãos, ou que forçosamente ele conheceu por aí…
Festa é vida, criança é alegria com a cara lambuzada de um chocolate, sorvete é delicioso! Quem não gosta?
Mas tenhamos compaixão de nossas crianças. Não deixemos que elas sofram mais tarde por terem que restringir certos prazeres, mas que poderiam vir moderadamente.
Pensemos que elas não precisam de bala, biscoitos recheados ou pirulitos para serem felizes.

Elas precisam de respeito com seus hábitos, de firmeza e equilíbrio com sua alimentação, de motivação, esforço e carinho com regras necessárias à sua saúde…


Respeite a hora conveniente pra atender aos seus apelos para um bombom ou outra guloseima. O fim de semana é ideal pra isso.
Pode ter certeza que tudo virá com muito mais prazer. É só reparar seu sorriso quando esse chocolate chega na hora certa! É só reparar em sua disposição e alegria por estarem saudáveis…

Isso sim é criança feliz!  E consequentemente, papais felizes e tranquilos também.