Ah eu vim aqui amor, só pra me despedir… E as ultimas palavras desse nosso amor, você vai ter que ouvir! 
_Roberto Carlos

 

Dentre tantas outras músicas que minha Rainha gostava e cantarolava, essa é uma das que mais me toca o coração…
Não consigo ouvi-la sem encher os olhos d’água!

Um ano sem minha Rosa!

 

Impossível esquecer dos últimos 15 dias que passei com ela. A última semana, numa intimidade eu e ela. Ah se eu soubesse que ela iria partir em tão pouco tempo depois que fui ficar com ela, a seguraria forte junto a mim…
Mas eu a amava muito para impedi-la de ir…

– “Mãe, se quiser pode descansar”

Foram minhas últimas palavras a ela que parecia já não estar ali… Assim eu saí de perto e fui com o coração em frangalhos cumprir minha missão de madrinha firmada há meses! Mas ela ficaria feliz se soubesse, pois onde eu iria, era um dos lugares que ela mais gostava de estar e que ela passou muitos anos da sua vida: Na igreja!
Saí para uma missão tão importante! E deixei minha Rosa tão frágil, por um fio..
O coração estava inquieto, muito triste, por saber que provavelmente não a veria mais..

A dor não combinava com essa Rosa que era  tão alegrinha, muito menos a morte!
Mas, não teve jeito… E sob a companhia da Isa que também cuidou dela com muito amor por muito tempo, ela partiu!


Me senti privilegiada de ter ficado ao seu lado em seus últimos dias. Foram momentos intensos inteiramente dedicados a ela e segurando suas mãos, vendo-a se desprender de uma vida tão verdadeira como foi a dela.
Uma caminhada simples, sem vaidades, sem luxos, assim como ela era… Com muita dor no peito, fui sentindo sua vida indo embora, se desprendendo daquele corpo tão cansado que não merecia sofrer mais…

Mãe se dedicou inteiramente à maternidade, com tanta bondade, tanta delicadeza e mansidão…
Nos amava muito, por isso, tão bondosa e elegante em sua simplicidade, muito discreta, me esperou sair pra que eu não a visse partir…

Hoje me sinto perdida todas as vezes que penso que posso mais ver aquele sorriso meigo de uma alegria pura, e delicadeza tão peculiar… Simples… simples demais… Tão simples que é impossível traduzir em palavras…

Mesmo cansada da “peleja” (era tudo que ela dizia) não reclamava! Se inquietava as vezes com seu estado físico, mas logo que recebia os cuidados necessários, prosseguia como se nada a tivesse incomodando… e sorria!

– Está doendo mãe?
– Ah, uma dorzinha de nada!

Essa era ela , Rosa Mística! Resignada, sem pesar nada, sem querer incomodar ninguém… Tão singela, tão doce, tão Rainha!

Claro que as boas lembranças ficam, tudo que ela foi jamais vai passar, mas hoje, mesmo com toda a gratidão ao que ela foi, sinto um pedaço do coração vazio… Aquele pedaço que só ela preenchia…


Mãe, tenho tanta saudade, você é tão presente que é quase impossível acreditar que não está mais aqui… Assim como é com o pai…
Eu apenas vivo mãe, e vou me preenchendo com seu sorriso, sua meiguice, sua delicadeza que não tenho mais por perto, mas que nunca vou esquecer…

Obrigada por toda a entrega… Obrigada!

Me despeço hoje como você sempre se despedia no telefone… “Tchau querida”! 

A saudade vai chegar mãe, Eu nada vou dizer, perdoa se eu chorar!

A você… De tanto amor! ♥

Por Teresinha Nolasco, filha da Rosa Mística! Rainha!

.