Esses dias eu e Maria Clara fomos à papelaria e escolhemos uma tela para ela pintar. Já havia prometido que compraria.
É importante não esquecer das promessas.
Como a mamãe anda pintando, ela também quer pintar. E claro, acho ótimo.
Escolhemos então uma pequena, quadradinha, mas o desejo dela era outro, uma grande, já que me vê pintando em telas maiores. Mas expliquei que pra início estava ótimo. Fomos pra casa, abrimos os potinhos de tinta (guache) e ela começou.
Pedi para que desenhasse primeiro e depois pintasse do seu jeito. Não interferi no desenho. Principalmente porque era a primeira tela.
Virei as costas e deixei fluir.
Surgiu então “uma casa com pula pula” e ao lado “uma casa de boneca” da menininha que está no pula pula. E na simplicidade dos seus traços e cores, ficou sua cara.
Às vezes pegava em suas mãozinhas criativas e ajudava no contorno de uma coisa ou outra pra ensiná-la a ter uma certa noção de preenchimento.
Depois de tudo pronto, carinhosamente, papai pregou a telinha na parede. Amamos! 

Arte e desenvolvimento
 
Como leiga, acredito que a arte é uma grande aliada na formação da criança. Ela equilibra o emocional, acalma, estimula sua capacidade de criar, inventar, trabalha a coordenação motora fina, a concentração. Cria um mundo saudável de fantasias e cores que ali ela mesma viaja. Além de tudo é prazerosa. E não é só pra criança, falo também por mim.
Estimular a criança a expandir seu lado criativo, é fator importante para o desenvolvimento. Deixar um lápis ou uma tinta em suas mãos e ver sua imaginação se soltando, é gratificante. Assim, seu mundinho cheio de novidades e descobertas é passado todo colorido ou não, para o papel.
Uma das coisas que achei mais interessante em seu trabalho, foram as fumacinhas que sairam da chaminé.
Quando sugeri fazê-las, ela passou tinta no formato e pregou bolinhas de papel amassadinhas em cima delas. Dei os parabéns feliz e por dentro delirei.

É a criatividade fluindo.

 “Se tudo está velho, enfandonho, tristonho, tudo repetido,
vou logo inventar…
Uma flor, arvoredo, ciranda ou vestido 
tudo faz sentido, eu quero é criar”…

                  * Teresinha Nolasco