A todo o tempo “educamos”… 

Palavras, gestos ou apenas um simples olhar, ajudam a criança a entender o que está certo ou errado, a “crescer”, enfim.
É uma tarefa incessante e muitas vezes requer prudência e sabedoria.

E se não for assim, não há educação verdadeira. A persistência e a paciência também estão no meio desses requisitos. Não vamos mentir.

Aprender a ser honesto, a cumprir o que prometeu, muitas vezes se torna algo difícil para a criança, já que o “querer do seu jeito” prevalece em muitas situações.   
Esses dias saí com Maria. Precisava fazer uma comprinha relâmpago. E já vai a gente passar em frente a um comércio que tem aquelas maquininhas exploradoras (pros pais) de tirar bolinhas. Coisa difícil hoje em dia é ver uma loja sem aquelas “benditas” máquinas. Parecem ETs que invadiram o mundo. É assim que brinco com Maria.

Pois bem. Ela com seu desejo ardente de querer uma – como quer toda vez que vê uma delas – foi pedir à mamãe 1 real. Confesso que é até legal ver a danada da bolinha descendo pelo espiral e caindo lá na portinha. A criança adora ver aquilo. Mas, haja 1 real pra isso. 

Já foi a mamãe trocar todas as suas pratas miúdas para somar o valor da bolinha.

Se combinou, tem que cumprir

Como é uma vez ou outra que tiramos uma bolinha e não estava no planejamento tirar uma aquele dia, fiz um acordo com ela: Iria dar o real necessário para colocar na maquininha, mas chegando em casa ela iria me devolver, tirando das suas economias da bolsinha de moedas. Algo como um empréstimo. Ela anda juntando. 

Achei importante fazer isso para que ela aprenda, devagar e de forma mais simples, a ir dando valor ao dinheiro. E que não é toda hora que se pode ter tudo.
Combinadíssimo! Tirou sua “bolinha mágica” e ficou feliz da vida. Como elas gostam dessas bolinhas! O prazer de tirar e tê-la nas mãos é imenso. 
Chegando em casa cobrei o dinheiro. E Maria pareceu ter esquecido do trato. Estava armada a “confusão”. Mais uma vez mamãe teve que agir, em palavras.

– Não quero dar meu 1 real. Vou ficar com pouco dinheiro (buáaaa).

– Você combinou minha filha. Se não sabe combinar não farei mais acordo com você na rua.
– Se eu der 1 real quero outra prata de volta.

Como assim???

Claro que não foi aceito. Combinado é combinado. 
Avisei que, se não cumprisse o trato, a bolinha não ia para suas mãos.
– Pode chorar. Quando acalmar a gente conversa de novo. 
Não demorou muito para ela vir bem mais mansa e me pedir desculpas. E novamente pude educá-la como tem que ser. Ufa!

Não importa se o combinado seja por algo pequeno ou grande, ou mesmo que venha da parte dos pais ou da criança. O importante é aprender que uma vez feito um acordo, é preciso ter honestidade para levá-lo em frente e cumpri-lo.

São esses valores aprendidos na infância com muito amor e persistência, que os farão conviver de forma mais tranquila com as pessoas, seja em casa, na escola ou na sociedade.

“De forma mais tranquila”. Sim… Ter valores é sinônimo de tranquilidade.

É por isso que insistimos para que ela faça o correto . Para que um dia, longe dos pais, ela consiga transmitir o que aprendeu e carregue esses valores com mais leveza para o resto da vida.

“O futuro não é nada mais do que um brinquedo das nossas crianças.
Basta-nos ensiná-las a brincar.” 

(Yuri Schlindewin)
     Fonte imagem: reginapoeta