Quem falou que existem coisas só de meninos e só de meninas? Não me lembro de algum dia que fizemos separação dos brinquedos da Maria como sendo para menino ou para menina. Maria sempre brincou de tudo. Desde uma boneca, até brinquedos de montar, bola e carrinhos.

Pra mim, “todo brinquedo, brincadeira é” _Tê Nolasco.

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E acho que deve ser assim pra tudo. Pra escolher um colega pra brincar, pra fazer os serviços de casa, para os assuntos com papai e mamãe.

É claro que haverá alguma conversa dos filhos para os pais que serão mais direcionadas a um e outro, até por questão de se sentirem mais a vontade, mas preconceito ou discriminação de forma alguma.

O livro de Cida Lopes, “RosAzul, Nem tão rosa, Nem tão azul, traz ilustrações divertidas com cores alegres e retrata com bom humor e realidade essa falta de liberdade dos filhos conversarem com os pais sobre determinado assunto, havendo sempre separação de conversa de menino e menina. Aborda também a divisão das brincadeiras e dos serviços designados para cada um dos irmãos da história.

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Em Nem tão rosa, nem tão azul, d.Rosa Amélia, a mãe, se apresenta sempre com vestidos cor de rosa e maquiada. Sua filha Rosinha com laços de fitas e vestidos igualmente rosas, a deixavam parecendo mais uma boneca do que uma menina.

Sr.Mário Azul, era sério e se vestia todo de azul, assim como seu filho Marinho que adorava boné, bermuda, tênis e claro, tudo azul.

As divisões de tarefas na casa eram sempre de homem e mulher, de menino e menina – como se isso existisse:
D.Rosinha cuidava das crianças, da escola, do supermercado, dos afazeres de casa e consolava Rosinha no colo quando a filha precisava.
Sr Mário Azul, cuidava do carro, do aluguel, das reuniões, dos churrascos com os amigos e seu consolo a Marinho quando o filho precisava, era falar que homem não deveria chorar.

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E era sempre assim, Rosinha na cozinha ajudando a mamãe, Marinho vendo tv com o papai. Rosinha não podia dar cambalhotas porque deveria se portar como uma moça, afinal isso é “coisa de menino”, já Marinho não deveria chorar ao ver um filme, pois isso é muito delicado e delicadeza é “coisa de menina”.

Mas um dia, percebendo que estavam cansados dessa divisão, Rosinha e Marinho, resolveram fazer uma brincadeira com os pais com vários questionamentos.
E cada um ganhava um adesivo para cada pergunta errada. Assim d.Amélia se viu cheia de adesivos azuis e sr. Mário cheio de adesivos rosas.

O objetivo era fazê-los enxergar que tudo pode ser misturado e que assim poderiam viver livremente fazendo o que gostam sem separar o que é “de menino” ou “de menina”.

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Aqui temos nossa Maricota, mas com certeza se ela tivesse um irmão, a brincadeira se misturaria em cores, igualdade e alegria!

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Livro: RosAzul
Autora: Cida Lopes
Ilustrações: Mauzi Estúdio
Editora: SinopsysSinopsys

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