Fui convidada para minha segunda blogagem coletiva. Dessa vez o convite veio do Mamãe Nádia a Sós. Minha  primeira por lá. Além da Nádia, a blogagem que leva o nome de “Mamãe tá de olho!” teve também a iniciativa das mamães Genis Borges do Reciclando com a Mamãe e Isabela Kanupp do blog “Para Beatriz”;
Já agradeço de coração pelo convite e pelas visitas atenciosas da mamãe Nádia, que nos desafiou com um tema muito polêmico e que rende horas de papos sobre esse assunto: Alimentação Saudável.
Um tema que há tempos venho ensaiando pra falar aqui sobre ele. Chegou a hora então e não podia deixar passar.
E essa mamãe, que agora está travando uma batalha com ela mesma para um início de reeducação alimentar, quer puxar toda família junto. A necessidade de uma alimentação melhor, falou mais alto e o começo da caminhada começou há alguns dias com a iniciativa dessa blogagem coletiva.
Obrigada Nádia. Parabéns pela coragem (é preciso) e que Deus abençoe a persistir com firmeza. Sabemos que não é fácil, mas também não é impossível quando se tem força de vontade e consciência para uma melhor qualidade de vida.

E pode ter certeza. A mamãe aqui também está de olho! 


Nossa alimentação, nossos hábitos
Minha alimentação na infância, adolescência e juventude não era das piores. Mas também não era regrada e nem tão consciente.
Na casa dos meus pais sempre teve horta no quintal e frutas. Na casa de amigos vizinhos “da esquerda” também. Neila e Nelma; amigas inesquecíveis com quem dividi toda essa beleza. Então, usufruía dessas maravilhas em minha casa e na casa delas. 
Imagem daqui

Lá, tinha cidra, manga, goiaba, amora. Subíamos nas árvores e “metíamos os dentes” nas frutas. Lembro-me com nostalgia que passava pelo muro, do pé de goiaba branca lá de casa, para o pé de goiaba vermelha da casa delas. Adorava suas goiabas vermelhas. Ô riqueza tudo isso!


Na horta do meu pai tinha alface, couve, tomate, taioba, cebolinha e outros. E hoje ainda tem. Sempre tive convivência com essas iguarias preciosas, nos olhos e na alimentação.

Além de outras diversas frutas que vinha do mercado. 


Mas infelizmente não era só dessas riquezas que me alimentava. Convivia também com balas, chicletes, bombons, biscoitos recheados com leite achocolatado (exagero calórico), frituras, salgadinhos, dentre outras guloseimas e outros tipos de alimentação nada saudáveis. Sem muita hora, sem muita regra, sem me importar se era benéfico ou não tudo aquilo.

Meus pais sempre foram magros. Tive o privilégio de herdar isso deles. Mas meus dentes não foram nada privilegiados. Sofria periodicamente nas visitas ao dentista pelas coisas que consumia.

A maioria das crianças tem preguiça de escovar os dentes. E comigo não era diferente. Meus pais aconselhavam, ensinavam, mas não insistiam. Sempre foram muito assistencialistas. Recordo-me (e sempre conto isso aqui em casa), da minha doce mãe levando um copo com água para que eu pudesse escovar os dentes na cama. Hoje, nós pais, somos mais persistentes, temos mais informação e muito mais conversa e firmeza com nossas crianças.

Uma nova consciência

O tempo passou. Tornei-me adulta, me casei, ganhei Maria. Foi quando realmente me atentei para uma melhor alimentação e hábitos saudáveis. Tudo veio através de informação, nutricionista e consciência minha e do marido. E claro, com muita preocupação e desejo de ver Maria usufruindo desses hábitos.
O processo de conscientização foi aumentando aos poucos. As frutas, começamos a consumi-las no café da manhã. E o início, foi de mamão picado com creme de leite. 
Hoje nosso café é uma porção enorme delas com cereais e iogurte. Ainda bem que o creme de leite saiu rapidinho do cardápio matinal.
Legumes e muita verdura fazem parte do nosso almoço e jantar. Não sabemos comer sem folhas. Sentimos falta de algo quando elas não estão presentes na nossa alimentação. Gostamos tanto que saboreamos pizza com rúcula e alface, não no recheio, mas à parte. E acreditem: É uma delícia!
O que ajuda muito aqui em casa (e em qualquer alimentação) é que não ficamos “beliscando” bobagens fora dos horários das refeições. O que é muito perigoso. Se acontece, são em raros momentos..
Estamos muito longe da perfeição. Gostaríamos de melhorar muito mais, mas nos controlamos – porque é preciso – e vigiamos nossa alimentação e outros hábitos constantemente. Com tudo isso, vamos passando essa consciência pra nossa pequena.

Alimentação e hábitos nossos e de Maria


Um dos almoços de Maria
                                          

A alimentação de Maria é bem diversificada. Insistimos com as frutas, legumes e com menos diversidades calóricas, principalmente durante a semana. 
Como todo mundo, temos nossos “pecados”. Comemos doces, hambúrgueres, sorvetes, chocolates, lasanhas, pizzas, etc. Mas tudo tem sua hora e sua quantidade. E regulamos com consciência. 

Nossos hábitos são basicamente esses:

Café da manhã/ um lanchinho antes da refeição principal/  almoço/ café da tarde/ jantar. 
Fim de semana almoçamos fora de casa. Então é preciso ficar atentos à escolha das comidas e sobremesa.
E tentamos seguir algumas regras que achamos importantes para sobrevivência.
Doces ou outra guloseima – Apenas fim de semana e também bem controlado. Não adianta comer no sábado e domingo o que não se comeu durante a semana. Perde-se todo o esforço. Em casa, ha tempos  não fazemos doces para não ter que consumir todos os dias. Porque tudo que se faz em casa, se come!
Frituras – Nada de fritura. Tudo é assado, desde um empanado de frango a um kibe ou outra carne. Na hora de comprar algum congelado, se não pode ser assado, não trazemos. Há uns quatro anos não compramos óleo. Quando queremos fazer algo na panela e não no forno, apenas forramos o fundo com azeite e “grelhamos”. 
Frutas e verduras – Temos nossa hora de comer e comemos bem. Conversamos constantemente com Maria sobre a importância dos alimentos saudáveis como principais na alimentação.
Na lancheira, aconselhamos a ela que coma primeiro a fruta, e o buraquinho que sobrar na barriga, escolher o que comer. É quase um ultimato. São insistentes conversas sobre isso. E assim ela faz. Não é tortura nenhuma. Fruta é uma delícia. 
Nas férias, seguimos a mesma regra – lanchinho da tarde com frutinha primeiro. Ultimamente nem tem sido preciso insistir tanto. O costume muda tudo.
Verduras e legumes não aceitamos mais que ela tire do prato. Se ela faz “corpo mole” com alguma coisa, já deixamos claro que não dará pra trocar a alimentação saudável pelo doce. E não dá mesmo. Não julgamos ser pressão ou chantagem, e sim firmeza! E criança precisa de firmeza. 
Refeições feitas à mesa – O que mais ajuda nossa pequena é o exemplo. Sempre almoçamos em família e à mesa. Mesmo com toda correria e aperto de horário, fazemos questão. Pra ter qualidade familiar e pra Maria ver sempre a variedade de coloridos das verduras a seu dispor. Criança funciona muito visualmente.
Ela nunca almoça ou janta assistindo televisão. Um lanchinho não limitamos, mas refeições maiores não. É regra e precisa ser obedecida. Mas sempre foi fácil por termos acostumado assim.  Mesmo que ela esteja assistindo um desenho que goste muito, desliga e vai se sentar à mesa. Porque também se não for assim, vira bagunça e desunião.
Comer com o prato na mão é um crime para uma boa qualidade de vida alimentar. Não vemos o que comemos e não mastigamos direito. Além de perder o momento com a família e deixar de ver as preciosidades em cima de uma mesa.
Lanches – Não acostumamos Maria a comer certas coisas por não acharmos saudável para sua alimentação e pra falar a verdade nem necessário.
Como não fazemos frituras em casa ela não se importa com batata frita, por exemplo. Se não colocamos em seu prato ela nem pede. Já teve dias dela mesma tirar do prato.
Refrigerante nunca demos e nem pretendemos dar. Nós não compramos e nem consumimos. Em festas de aniversário ou na escola, está sempre com um copo de suco para substituir esse veneno. Sim, é um veneno o refrigerante e mais nada. E o suco vai à tiracolo para não termos surpresas da falta dele.
Biscoito recheado também não colocamos na lista de compra. Ela não tem hábito de consumir. Raras vezes pede um e ela mesma fala: – pra variar mamãe. 
Salgadinhos empacotados também não.
Toma vitaminas com fruta de manhã e come também frutas separadas. Ela gosta sim de coisas doces. Mas respeita os horários por termos acostumado assim. 
Só um detalhe: não obrigamos, apenas insistimos. Por exemplo, ela não gosta de jiló e tomate. Não a fazemos comer por já comer tantas outras coisas.
Em casa toma sucos que se aproximam do natural, como sucos de garrafas concentrados. Também das polpas ou in natura. Todos sem açúcar, que é outra coisa que também não colocamos na lista de compras. Na rua ela pede suco de caixinha, por isso não compramos em casa. É menos uma coisa pra se consumir com açúcar.
Como eu e Cris, Maria também terá seus amigos, seus encontros em lanchonetes, suas festinhas para ir sozinha e sofrerá algum tipo de influência em sua alimentação. Escolherá então o que irá comer daí pra frente. Mas já estamos moldando seus gostos, influenciando nisso ou naquilo, para que mesmo que decida por certas coisas não tão saudáveis, não exagere por não ter consumido tanto na infância.
Não somos 100% espertos em alimentação saudável. Maria não é apaixonada por certas coisas. Mas come. E pra ser sincera, erramos poucas vezes. Estamos sempre nos esforçando e buscando consciência para nossa família não ir pra caminhos tão tortuosos e difíceis de voltar.
Com nosso exemplo, esforço, vamos passando à Maria o melhor em termos de alimentação e qualidade de vida. Sempre mostrando o que é certo, o que é errado e bom pra vida dela e pra nossa.

E ela já absorveu muito do que ensinamos dia-a-dia.
Posso dizer papais, que a criança não vai ficar traumatizada se não crescer comendo isso ou aquilo. Já havia comentado isso no texto – Criança não tem cara de bala. Ela não vai sofrer se não tiver um biscoito recheado em casa, porque existem variedades enormes de biscoitos, menos calóricos, mais saudáveis e ao mesmo tempo agradáveis ao paladar.
Não irá sofrer se não comer um doce também calórico e cheio de conservantes. Hoje existe uma diversidade grande de doces artesanais feitos apenas com a fruta. Não levam adição de açúcar. Pela concentração da polpa na confecção, ficam docinhos. Uma delícia! 
Mas a criança sofreria sim com um bulling na escola pela obesidade ou desnutrição. Com o tratamento de uma possível diabetes ou uma reeducação alimentar severa na infância. Seria muito mais fácil prevenir do que ter que tirar muita coisa e vê-la sofrer.
Precisamos apenas nos atentar a uma coisa: Nada de fanatismo! Tanto a obesidade quanto a magreza não são saudáveis para ninguém. Quem dirá a uma criança que está em desenvolvimento. Não podemos confundir comer bem com ficar sem comida.
Vejo muitas crianças magras. Mas não porque são saudáveis e sim porque estão desnutridas, por não terem certos nutrientes no organismo. Deixar de comer para não engordar não é o correto.
O que precisamos melhorar
Uma das coisas que precisamos melhorar é a hora do jantar. Seria mais correto comer por volta das 19:00, 19:30 e às vezes nos alimentamos mais tarde. 20:00, 20:30. O estômago fica pesado para dormirmos. As vezes refluxos leves podem acontecer, mesmo sem percebermos (segundo especialista que visitamos). E vai embora uma boa qualidade de sono.
Gostaria de explorar melhor também os alimentos. Cortar de vez alguns congelados. Mas a correria e o cansaço do dia-a-dia,  ainda não nos permitiu isso.
E vamos balanceando esses pecados com muita fruta, verdura e legumes.

Algumas observações e conselhos. Experiências que deram certo aqui em casa.
* Os filhos consomem o que o adultos consomem e oferecem. Ofereça então o que é saudável para eles. Criança não tem necessidade de doces toda hora. E muito menos de refrigerantes e frituras. Algumas frutas e legumes, são ricos em açúcar e para o organismo esse açúcar é suficiente. 

magem daqui
 Ninguém nasce conhecendo ou pedindo doces e outras coisas. Se um dia a criança conheceu, foi porque algum adulto ofereceu. Quantas vezes vemos tantas aberrações por aí. Mães colocando doces na boca de bebês com menos de 1 ano de idade. Dando refrigerante pra matar a sede e achando natural. Hambúrgueres para o filho de colo ainda, substituindo jantar (eu vi). Temos que ter consciência que a criança não vai ficar triste se não comer o que não conhece.Maria gosta de chocolates sim. Porque um dia nós apresentamos a ela. É exatamente assim que  funciona. 
Se na rua não podemos controlar isso, porque sempre tem alguém sem consciência que acha tudo natural e não pergunta se seu filho pode comer tal coisa e já poe na mão da criança, controle em casa, pois assim há um equilíbrio  na alimentação. Se o controle fosse só familiar seria bem mais eficiente.
A mesma coisa para essas surpresinhas nada saudáveis e desnecessárias que vem da escola. Bombas! Aqui não deixamos Maria comer tudo num dia só. Ela tem um “esconderijo secreto” que coloca certas guloseimas, que só fica mais cheio quando vem essas porcarias da escola. Escola!!! Mesmo assim, triamos muita coisa. Chiclete nem pensar. Além de ter muito açúcar, ainda é um perigo. 
* Não é nada interessante que a criança coma fora de hora, principalmente doces que atrapalham a refeição principal. Mesmo que esteja em visita na casa de alguém, tenha firmeza e autenticidade em seus propósitos e de sua família. É certo que nem sempre conseguimos tais proezas quando estamos em viagem. Muitos tem hábitos diferentes,  procure então controlar essa alimentação em casa, para quando isso acontecer, não ser tão prejudicial.
Também, criança que come muito doce e balas e ainda fora de horário, com certeza não terá o paladar apurado para  uma comida de sal, uma carne, um arroz, feijão e muito menos hortaliças e legumes. Ela não vai querer comer. Esse controle é importantíssimo para a criança ter vontade de ingerir outras coisas também e que são de mais importância pra ela.
* Dê exemplo. Se você consome refrigerante, lambisca comida toda hora, come besteiras fora da refeição, seu filho também vai fazer assim, e você não poderá privá-lo. Se você pode, ele também pode. Por que seria diferente?
* Não se esqueça da atividade física em conjunto com o equilíbrio alimentar. Qualquer especialista indicaria esses dois aliados para uma vida saudável. Os dois caminham juntos para uma melhor qualidade de vida. 
São dicas simples, mas que contribuem muito para uma boa alimentação.
Lembrete
Se quer que seu filho se reeduque, comece por você. Não adianta se alimentar de forma errada e querer que ele seja diferente. Seja o primeiro a dar exemplo. Criança necessita de uma referência. Com exemplos e firmeza consegue-se praticamente tudo.
O ideal é começar bons hábitos desde cedo. Mas se já há um descontrole, se esforce, procure reeducar sua alimentação junto com a família. Insista, batalhe pra isso. 
Quantos problemas cardíacos, respiratórios, renais e outros vemos por causa da obesidade ou mesmo pela desnutrição.

Na vida tudo é esforço. Não há nada de graça. Então o melhor é decidir e ter firmeza e optar por ter saúde.

Se a princípio a família não estiver disposta a uma mudança, não se importe. Comece. Com certeza  vendo seu exemplo e esforço, todos irão atrás.
O maior prejudicado por uma alimentação errada é você mesmo, assim também como o mais beneficiado em ter tido consciência e desejos de uma vida feliz. 
Sim… ser saudável é ser feliz! Seu corpo e mente agradecerão. Boa sorte!