Não é novidade pra ninguém que sou uma apaixonada pelos traços dos desenhos da Maria… Por que são perfeitos? Nada disso, simplesmente porque são dela. Desde 6 meses guardo sua arte que começou com seus pezinhos pintados numa folha de papel. A partir daí, todo traço que a Senhorinha risca, toda arte que ela desenvolve, cria, toda ideia simples ou não, se torna sua expressão mais livre, que é acolhida e valorizada cada vez que isso acontece…

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Essa valorização vem com elogio e reconhecimento ao seu esforço, não importa se  for uma pintura, um desenho, um recorte ou algo que ela queira muito mostrar com sua criatividade simples e lúdica.

Hoje, talvez mais amadurecida em relação aos seus desenhos, não dou pitacos a ponto de influenciar um traço ou uma ideia, mas tento mostrar a ela que é preciso também valorizar seu trabalho, conduzindo-o com capricho, respeito e dedicação. Assim percebo se ela aceitou minha observação e se também amadureceu para trabalhar de forma mais zelosa.

Hoje peguei uma brecha em seu desenho que estava ainda em preto e branco. Ela ainda ia dar cor a ele, então me antecipei.
– “Observe, seria interessante conservar o traçado de cada desenho sem apagá-lo com a cor, assim, quando você colorir, ele ficará definido”.

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Maria idealizou os traços e coloridos, mas seguiu minha sugestão. Assim, valorizou muito mais seu trabalho.

Viva Sua Arte Maria

Quadrinhos que Maria fez como trabalho de escola. “Alice e o consumismo consciente”

Nem sempre Maria está disposta a aceitar alguma opinião ou mudança ou com disposição para trabalhar com mais cuidado.

– “Mamãe, é assim mesmo que que é pra ficar o desenho!

Quando há réplica não insisto, porque sei que com o passar dos dias ela mesma vai notar o que fica melhor ou não em seus trabalhinhos.

No final das contas, o que sempre digo à Maria, é que ela deve se expressar como queira. Desde a maneira de usar um lápis de cor até um traço de um personagem que ela fez há alguns anos mas que gostaria de carregá-lo em sua bagagem artística.

Técnicas podem ser aprendidas com o passar do tempo e com a vivência com a arte, mas a essência dessa mesma arte, será só dela e não deve ser interferida. Assim creio eu.

Uma vez, conversando sobre não perder a liberdade de se expressar na arte, disse à minha prima Izabel Pariz que é artista plástica:
“O artistas foram as crianças que não perderam a imaginação”  _Tê Nolasco

Acho que é bem por aí. O dever dos pais, de um professor de arte, de um adulto que convive com a criança, é ter um olhar sensível às suas expressões mais puras e sinceras, incentivando-as a criar como queiram, a passar as cores e traços a um papel ou tela de forma livre e dedicada e não impondo como a criança deveria fazer.

Ainda sobre incentivo, me lembro também do olhar sensível que os pais da prima Izabel, meus tios, tiveram com ela quando criança ao perceberem com sensibilidade que Bel gostava de desenhar e que o fazia muito bem. Alimentaram sua vontade com lápis e papel sem saber que um dia ela seria uma talentosa artista plástica.

O que espero de Maria? Não tenho pretensões. Apenas acho que se expressar livremente deve ser pra vida inteira e que igualmente a arte nunca deveria se perder da gente! ♥