Até termos nossos filhos, nem imaginávamos o que é “competição materna”, se ela existe, o que seria isso.
E eu pergunto: será que hoje conseguimos pensar em uma maternidade sem que vez ou outra haja comparações?
E não digo só de outras mães em relação aos nossos filhos, mas vindo de nós mesmas, que com certeza vez ou outra comparamos com outra mãe nossa maternidade “perfeita”. Se não verbalmente, no pensamento.
A vida materna é repleta de detalhes, de individualidades e não cabe à nós relacionar a maneira de lidar com um filho com a maneira que outra mãe, outra família lida. Ao contrário, por já sabermos disso , por vivermos situações tão únicas, por ser tão particular nossa maternidade, é que deveríamos entender uma a outra.
Se inspirar, sugerir algo que deu certo na sua maternidade, ouvir as aflições de outra mãe sem julgamentos ou comparações, sem imposições de que sua maneira é a certa, acredito ser saudável, porque maternidade é também uma troca e não há mal nenhum em pedirmos ajuda ou ajudar.
O que é muito chato e cansativo é acreditar que o filho do outro é mais “esperto”, mais saudável, mais feliz, porque ele “fez” tudo primeiro ou “tem” a melhor educação.
Aqui em casa por exemplo, Maria falou mais tarde e andou mais tarde também. Mas espera! O que é ser mais tarde para falar e andar? Existem vários fatores que devemos analisar pra falar que alguma criança foi tardia em relação a determinado desenvolvimento. Há alguma problema motor ou na fala? Ou ela só está esperando o seu tempo, o tempo dela pra seu desenvolvimento normal.
“Papai, Mamãe, Não” eram palavras que lembro que Maricota aos 2 anos e 2 meses pronunciava muito bem, mas não era uma tagarela.
Como sempre, fomos apenas três pessoas na família e não tínhamos convivência com outras famílias, parentes, outras crianças, imagino ter influenciado na conversação. Pois a criança aprende o que ouve.
Maria ingressou na escola e eu preocupada disse à professora:
– Ela ainda não conversa muito!
Me lembro que ela olhou para a monitora e disse:
– “Olha só tia, deixa chegar o fim do ano pra ver.”
Dito e feito, Maria em convivência com as professoras e várias crianças, soltou tranquilamente as palavras.
“Atrasou” seu engatinhar, pensávamos até que fosse pular essa etapa, mas deu seu jeito, foi encostando na parede com 1 ano e 5 meses e quando percebemos andou sem ajuda.
Hoje Maria conversa como ninguém, corre, brinca, pula, é saudável. Mas ficava sempre com a impressão de que andar aos 9 meses era o correto e mais saudável.
A comparação é algo delicado e as vezes até injusto, pois cada criança tem sua individualidade pra tudo, ela tem seu tempo e mostra isso claramente! O que se passa dentro de uma família, com a vida daquela criança, só uma mãe e pai sabem.
Falar, andar, desfraldar, sorrir, bater palmas, são coisas naturais que tem seu processo de forma espontânea e no período certo e cá pra nós: é maravilhoso ver cada etapa desse desenvolvimento no tempo que tem que ser, ou seja, no tempo da criança. Não adianta acelerar nada, sofrer por isso, se sentir menor com comparações desnecessárias. Salvo por alguma necessidade na saúde, a criança é que vai ditar seu tempo.
E sabe o que mais? Quem se preocupa e fica ansioso com esse desenvolvimento rápido são unicamente os pais. Claro, a sociedade com suas pressões, deixam os pais com necessidade de acelerar tudo e quando os filhos crescem, temos saudades dos tempos de aprendizado.
Conversando sobre o assunto com Maria, expliquei a ela qual seria o assunto que iria abordar hoje: “Maternidade sem Competição” e com outras palavras expliquei que se tratava de comparações na maternidade, qual filho fez o que primeiro, ou qual conduta foi a mais acertada para o desenvolvimento e criação das crianças.
Maria com sua sabedoria infantil disse:
“E as crianças nem se importam com isso, desde que tenham alguém pra brincar, um peito pra mamar e um lugar pra correr”.
Exato Maria! A preocupação é nossa, não das crianças. Elas não estão aflitas se seu coleguinha de 2, 3 anos ainda usa fralda ou sabe comer de colher, se seu amigo de 4,5 sabe ler ou contar até 50. Se a mãe do seu amigo teve parto normal ou cesárea.
Como disse, a troca materna é maravilhosa e saudável, mas a comparação desgastante é negativa na maioria das vezes.
Sejamos mais leve, deixemos nossos filhos determinar seu tempo de se desenvolverem naturalmente, trabalhemos a empatia e claro, vamos curtir cada momento, cada etapa, cada aprendizado deles, porque são únicos, valiosos e só acontecem uma vez!
Por Teresinha Nolasco, Mãe da Maria
Conheçam a história de outras Mamães! 🙂
♥ Chica – Chica Brinca de Poesia
♥ Carol – Blog Vamos Conversar
♥ Jú Pelizzari – Mãe Sem Fronteiras
♥ Ana Paula – Desafio Primeira
♥ Renata Diniz – Diário de Alegria
Fiquem atentas mamães!
Nossa próxima postagem que será no terceiro domingo de novembro, dia 17 trará o tema:
“Solidão na Maternidade”
Um tema sugerido pela amiga Ju Pelizzari do blog Mãe Sem Fronteiras
Abordagem:
São várias circunstâncias em que nos sentimos solitárias na maternidade:
– Porque nos sentimos tão sós após a maternidade? Onde estão os amigos de antes que nem nos identificamos mais? Surgiram novos amigos ou continuamos sozinhos?
– A gente se isola por querer uma criação diferente, se isola por optar estar mais presente na vida do filho, se isola por querer dar o melhor e nos esquecemos de nós mesmas.
– Os filhos estão preparados para serem companheiros sempre? Eles crescem e constroem suas amizades e se não cultivamos as nossas, a solidão bate à porta, porque cada vez mais eles são envolvidos em compromissos e o que era companhia em casa já não está tão presente.
Se não estamos no mercado de trabalho, também ficamos mais isolados.
– Perdemos um pouco as referências de mães e avós. Nossas referências são na internet, mas pouco contato direto com as pessoas para compartilhar nossas dores, alegrias e dúvidas. Sentimos falta de uma rede de apoio.
Como funciona a BC (Blogagem Coletiva)
♥ No terceiro domingo de cada mês, faça uma postagem no seu blog sobre o tema proposto, lembre de mencionar que faz parte do Projeto: Na Casa Da Vizinha – Blogagem Coletiva uma iniciativa de Cris Philene e Tê Nolasco,
♥ Link nossos blogs ao nome!
♥ Feito isso compartilhe o seu link aqui nos comentários, para que possamos inserir à nossa publicação.
♥ Não deixe de visitar e comentar também em quem está participando.
A interação é parte importante na Blogagem Coletiva! Conheçam a história de outras mamães. Todas tem muito a acrescentar! 🙂
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Andrea
out 21, 2018 @ 10:38:03
Assuntão. Dava um livro, rs. Adoro vcs Cris e Tê. No fim, o que sobra é o que vale a pena. Bjs https://coisas-da-lara.blogspot.com/2018/10/bc-na-casa-da-vizinha.html?m=1
Cris
out 21, 2018 @ 13:08:15
Amiga como somos comparadas e como também nos pegamos a comparar… não tem jeito.
A gente olha para os filhos das outras pessoas e parece querer ter como parâmetro, o que é totalmente absurdo e nada saudável.
aí gera peso, culpa e lá vamos nós buscar o que nossos filhos fizeram primeiro pra poder ter o que comparar.
Nós mães precisamos de uma rede de apoio, mas, precisamos também que nós mães possamos ser mais sensíveis ao relato de uma mãe com dificuldades de vencer uma fase da criança.
Lembro que meu coração angustiava demais, ler era o que mais eu fazia, buscar informações e os porquês… e no final recebemos a resposta dos próprios filhos.
amando nossas blogagens.
bjs, Cris
Juliana
out 21, 2018 @ 21:40:38
Oi Te, que post lindo.
Vc falou tantas coisas importantes que não dá para relatar aqui, mas concordo com tudo em gênero e grau…
Nosso dever é ter mais empatia, porque estamos todos aprendem e passando por fases de aprendizado. Cada família tem um ritmo, cada criança seu tempo, e devemos respeitar. Amei a blogagem de hoje.
E bora para a próxima, dividir, compartilhar e espalhar mais amor…
Beijos
Ju
Deixo meu post aqui também: http://www.maesemfronteiras.com.br/2018/10/maternidade-sem-competicao_21.html
ana paula
out 22, 2018 @ 00:21:26
Oi Tê! Finalzinho de domingo, mas consegui trazer a minha participação!
Obrigada por mais essa oportunidade.
A sabedoria na fala da Maria, emociona e é tão verdadeira!
um beijo para vocês.
Renata
out 22, 2018 @ 19:41:48
Oi amiga!
Maria é sábia! Gostei da participação dela e a sua, muito ponderada também.
Desta vez consegui participar!
Obrigada pela oportunidade, experiências e aprendizados.
Beijo!!
Renata e Laura
Toninho
out 23, 2018 @ 02:19:06
Que legal esta BC que venho lendo. Tinha já lido a da Chica c por antecipação e hoje li a Renata também e vejo quão dedicadas foram e são as mães destas crianças que acompanho pelos blogs. Lendo você Tê, lembrei de meu sobrinho quando eu morava em São Paulo fins dos anos 70. Foi o primeiro filho de minha irmã o Rodrigo, ele demorou para falar e ela ficava preocupada e o “tiozão” aqui também. Como mineiro católico, eu toda igreja que entreva em São Paulo e foram muitas incluindo Aparecida do Norte, pedia para que ele não fosse mudo,rsrs. Quando soltou a voz aí era pedir para falar menos,kkk.
Muito bonito depoimento e gosto de ver como leva a Maricota numa bela simplicidade de viver e ser. Eu de fora posso dizer que comparo com várias crianças que vejo e conheço às vezes até comento com Maria Angelica aqui que gosto de ver como você leva a Maria que conheço de bom tempo.
Parabéns pelo projeto de vocês.
Carinhoso abraço e boa semana para vocês, sempre extensivo à Rosa.
Beijo amigas.