O tema de hoje teve como inspiração uma postagem do Instagram da querida Sílvia Barbosa, mãe e psicóloga.  Silvia escreve no Blog Enfim Nós  

Obrigada Silvia!

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Estava conversando com Ana (Manhã de Jasmim)  sobre os sentimentos e atitudes que herdamos da  infância e disse que muitas vezes lembro da Mãe quando tenho determinada postura diante de Maria ou quando já tive. E meus pensamentos a ela me remetem a calmaria, à mansidão, à paciência, resignação. Mãe era assim, eu nem tanto. Nos tempos de hoje, muitas vezes,  falta-nos introspecção e reflexão.

Mãe era uma doçura. Sorriso meigo, discreto, as vezes uma gargalhada igualmente discreta com as mãos na boca. Tinha um delicadeza que era só dela… Preocupada demais com tudo, precavida, econômica, organizada.
De algum desconforto em família, pelo que me lembro, preferia ficar quieta no seu canto ou sair do ambiente. Não discutia. Ela era assim…  Mas sei que quando carregava angústias no peito e o Não Falar, trazia inquietude na alma, pois vez ou outra, aparecia com roxos nos braços. Dizia, com outras palavras, que era algum sentimento guardado que exteriorizava. Dizia que seu pai era o melhor pai do mundo, que nunca a xingou ou bateu. Quando ela “silenciou”, senti falta da sua meiguice e olhar de espera…

Pai era diferente. Todo sentimento transparecia nele. Chorava com um simples comercial de TV. Enchia os olhos de água quando eu ia embora. Era emotivo. Mandava pra mim e suas irmãs, mensagens no telefone de datas comemorativas. E não faltava à isso. Era sorridente, um sorriso lindo e largo sem igual.
Conversador demais, extrovertido, comunicativo , ajudador, prestativo. Tudo isso sei que herdei dele.
Mas era contraditório isso, porque de manso não tinha muito. Era mais irritado, as vezes explosivo.  Acho que foi herança da infância. Cresceu debaixo de dureza, rispidez e surra. Saiu de casa aos 18 anos para não mais tolerar essas coisas.
Era um amor.. Muito carinhoso! Quando ele “silenciou”, senti falta das nossas conversas diárias por telefone.

Eu herdei um pouco dos dois. Algumas vezes me pego com o tom irritado repreendendo Maria. Mãe não é perfeita. Temos várias fases na maternidade que as vezes nos desequilibram. Mas sempre reflito e penso, pra quê? Me reciclo. Talvez tenha herdado do pai.
Muitos me veem calma, tranquila. Ouço muito a todos. Acho que é a parte da mãe.
Sei que sou um foguetinho *rs, super elétrica, agitada. Um pouco do pai e uma dose a mais da minha natureza.
Tenho prazer em ensinar qualquer coisa e tenho muita paciência pra isso. Coisas da mãe!
Sou prestativa, acolhedora e ajudadora . Coisa dos dois.
Tanta coisa herdei deles…

Não sabiam pronunciar,  O Eu Te Amo. Este vinha em forma de abraços discretos, beijos, assistência, cuidado, esforço, força, muita dedicação. Nos amavam mais que tudo. E como eles fizeram por nós!! Eram muito assistencialistas!

Até que ponto é bom ser tão introspectivo?  Até que ponto é bom exteriorizar tudo sempre? Equilibrar talvez.
O herdar nem sempre é genético. A herança é bastante cultural. O que nos rodeia na infância, o que vivemos, o que recebemos, levamos pra vida e futuramente pra nossa família, pros nossos filhos. As vezes trazemos muita coisa, outras queremos modificar e fazer diferente.

À Maria deixo a inquietude e calmaria. Ora me pego impulsiva, ora ponderada. Mas a maternidade me ensinou que o equilíbrio é a base de tudo.  É preciso firmeza, mas é preciso doçura… e D.Rosa me vem à mente toda hora…

Dialogo muito com Maria. Peço desculpas, desculpo também. As conversas são constantes e insistentes, como tem que ser em muitos momentos. Palavras de carinho, incentivo, de firmeza, de elogios e verdades. Aqui tem um pouco dos dois e mais o EU TE AMO todos os dias que é rotina entre a gente.

Sem perfeição e com o que sabiam, com simplicidade de viver, com o que também carregavam de suas infâncias, pai e mãe passaram à gente o que é ser um bom ser humano. Além de tudo passaram muito amor. Eu tive uma infância muito feliz. Tenho as melhores lembranças dela.

Hoje se tenho atitudes diferentes, é por capricho do tempo que tudo muda, como tenho certeza que eles também fizeram diferente de seus pais e como Maria Clara um dia fará..
É o ciclo que se dá, é o refazer-se não só na maternidade que exige algumas mudanças, mas em toda vida, vivida”!

Por Teresinha Nolasco, Mãe da Maria

A interação é parte importante na Blogagem Coletiva! Conheçam também a história de outras mamães. Todas tem muito a acrescentar!

♥ Chica – Chica Escreve Por Aí
  Renata Diniz – Diário de Alegria
Cris Philene – Prosa de Mãe
Ana Paula – Manhã de Jasmim 
Ju Pelizari – Mãe Sem Fronteiras
Paula Belmino – Poesia do Bem

Queridas Mamães, Atenção!
Nossa próxima postagem que será dia 17 de julho  – Sempre na terceira quarta feira do mês!

Trará o Tema: “Vida Corrida! E a maternidade como fica”?

Abordagem:

  • Ser Mãe é dividir-se entre ser: dona de casa, profissional, estudante. Conciliando a casa, o trabalho, as atividades extra curriculares dos filhos e ainda dar conta de si mesma.
  • Nem sempre estar presente fisicamente significa estar por inteiro
  • Há quem tenha suporte familiar e há quem não tem e tenha que se virar.
  • A educação terceirizada por parentes, funcionários ou escola integral.
  • E atenção que os filhos exigem, como conciliar?
  • Há como administrar o pouco tempo com qualidade?

Sintam-se a vontade para abrirem o leque para essa discussão!
Até lá! 🙂

Como funciona a BC (Blogagem Coletiva)

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