Eu adoro colecionar sensibilidades e delicadezas. Principalmente se forem daquelas que se referem a um idoso ou a uma criança. Ambos tem grandes ensinamentos, doçuras e verdades pra nos apresentarem.

O Colecionador de Chuvas de André Neves é assim.

Já na primeira página em que começa a história, aparecem casinhas bem juntas. Era a Rua do Sol que quase não se via a chuva.  Tenho fascínio por casinhas.  Andre Neves que gosta de deixar a imaginação aflorar livremente, que me permita, mas me fez imaginar ali um vilarejo. Também tenho um encantamento nada secreto por vilarejos. Como é lindo, já viram?

Pois ali nesse lugar especial tinha uma família. E mais, tinha um menino nessa família que queria colecionar Chuvas. Contemplem a imaginação de uma criança que quer colecionar chuvas…
Que prepara os recipientes de todos os tamanhos e formas para que as gotas da chuva entrassem ali.
Seriam diversas: “Gotículas Finas, frias, sobras de orvalho matutino, fios de garoas dos finais de tarde, torós noturnos trovejados no espanto, chuviscos soprados por ventos fortes, chuvas ciclônicas com pedaços de ramas, bagatelas pesadas e até chuvas das goteiras nos telhados“.

E mais um tanto de outras chuvas que chegariam de surpresa (como presente).

Todos na cidade esperavam  junto com Celino. Sentiam cheiro, esperavam os reflexos, pensavam como o menino imaginativo iria colecionar granizos sem derreter , imaginavam perfumes de flores, sabor de doces, chuvas molhadas de ilusão e tristeza.

Era tamanho envolvimento de todos e espera de Celino que veio um Atchim!!! Era “gripe de chuva sonhada, ou sonho resfriado“?

A chuva veio e todos comemoravam. Mas a comemoração de Celino era especial. Para ele, era “a chance de derramar o barulhinho das gotas guardadas na imaginação”.

Se era para sempre aquela chuva Na Rua do Sol, ninguém sabia, mas já sabiam que o segredo era “não perder as gotinhas de simplicidade que fariam cada um colecionar as melhores lembranças”.

As ilustrações de André Neves são convites para essas doces lembranças da infância. Para parar e perceber que as coisas simples da vida podem ser vividas, sentidas e imaginadas de graça e toda hora que a gente quiser. Coisas para trazer alento à alma, para aliviar os atropelos e corre corre da vida, para lembrar que nada é melhor do que ter a alma de criança!

Celino, personagem do livro de André Neves colecionava chuvas e eu coleciono aquelas coisas sagradas da infância que sempre me fazem bem.

Em sua simplicidade, Maria fez uma sombrinha pra ilustrar o desenho. Faltava alguma coisa nele. 
Foi no quarto e voltou com a sombra que se formou! Pronto! Não faltava mais nada! 🙂

Enchemos então nossos potes de imaginação, simplicidade e alegria!

               

Livro: O Colecionador de Chuvas
Texto e Ilustração de André Neves
Infanto/Juvenil
Editora Paulinas

 

 

 

* Esse é uma postagem de parceria com a Editora Paulinas!

 

 

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