Dois dias sem febre… e podemos dizer que estamos respirando bem mais aliviados… É tudo que um pai e uma mãe precisam…
Uma semana sem escola para a pequena, uma semana sem praticamente se alimentar, uma semana com seu corpinho quente quase o tempo todo. E nós também nos juntamos a ela na ausência de nossas atividades e em uma péssima alimentação. A fome não vem de forma alguma e quando em algum momento nos alimentamos, desce tudo muito rápido…. Não há gosto com nada… A gente fica sem chão…
Incrível era ficar feliz ao vê-la 4 horas sem febre, mais incrível ainda – pra não falar trágico – era esperar ansiosos e torcer para dar o antitérmico após 5 horas sem ele, porque a danada “sra.esquenta tudo” não dava trégua. 38.0, 38.5, 39.0, 39.7, já chegava violenta e as 6 horas entre um Alivium e outro não era possível. 
E assim íamos disfarçando em um banho ou compressas para amenizar a situação, ou os dois juntos e  conseguir esticar o momento sem a febre. Era quase impossível. 
Maria já não aguentava mais ingerir as gotinhas e seu estômago brigava contra isso. Deixá-la com febre? Impossível. 
remedinhos da Maria…Quase uma farmácia
Mais uma ida à medica. Uma nova receita: novo antibiótico, remédio para garganta junto com ele e supositório para febre e dor pra dar uma trégua na medicação oral. Que sufoco! Claro que não é nada agradável ter que tratá-la com supositório. Achava uma agressão. Eu e Cris morríamos de dó. Como era eu que colocava, me sentia mal. Mas entre a chateação do momento e o alívio de não a ver vomitando, tivemos que usar desse tratamento algumas vezes…
Num dia desses de febre em que avisei a ela que iria colocar o “foguetinho” (como assim o chamava por ser em forma de foguete), nos cortou o coração com seu “quase apelo”:
– Vou fechar os olhinhos para dormir para não sentir a dorzinha do foguetinho.
Que judiação! Aquilo acabou com a gente. Na verdade ele não doía  mas incomodava e imagino que muito. Mas infelizmente era necessário.
E a gente torcendo para que tudo chegasse ao fim. A febre, as náuseas, a falta de apetite, a dor de cabeça.
Vê-la prostrada, debaixo das cobertas cada vez que estava quentinha, nos deixava desolados. 
Sabemos, e conversávamos sobre “existir coisas piores”. Tratamentos mais dolorosos em todos os sentidos, tratamentos que nunca tem fim, doenças graves, casos complicados; mas cada um com sua dor e não queremos nada anormal pra quem amamos, seja por um resfriado ou algo mais grave. O que queremos o tempo todo, é ver nossos filhos bem, correndo, felizes, conversando e cantando. De qualquer forma, nos consolávamos com esses pensamentos.
E a dúvida de não saber realmente o que é nos deixa atordoados. Uma infecção, uma bactéria, sim, era tudo que sabíamos, mas qual era a gravidade disso, já que a febre não queria passar de jeito nenhum, já que nunca tínhamos visto nossa pequena daquela forma? E vamos nós para mais um exame de sangue.

Apesar de sempre me consolar com as orações, de acreditar no fundo que tudo passaria, existia o lado negativo que ficava querendo falar mais alto, ainda mais nos momentos mais febris, e são nesses momentos que vem o desespero. A dor de quem ama, a dor de pai e mãe, principalmente.

Calma. Tudo está passando…E hoje, depois de praticamente 48hs sem febre, de sentir sua testa fresquinha de novo, de vê-la aos poucos comendo o que gosta e tinha costume, de vê-la querendo brincar, jogar com o papai no computador (como está fazendo agora novamente), de vê-la assistir com gosto seus desenhos, podemos dizer que estamos respirando mais aliviados… Conseguindo também junto com ela nos alimentar melhor e ficarmos mais felizes com certas coisas…

Como é bom ser mãe, mas como sofremos também. A maternidade é isso, um misto de amor e dor…

Obrigada Meu Deus por permitir que tudo volte ao normal. Como é bom respirar essa normalidade outra vez…

– Vá embora Sra infecção e Dona febre. Vocês não são bem-vindas aqui.

Assinado: Uma mãe e um pai muito bravos com vocês e que amam muito sua filha…

Que Assim Seja.

É assim que gostamos de vê-la filha: brincando e sorrindo