Sexta feira Maria foi tomar vacina. Dessas de gripe que se toma todo ano. Melhor dizendo, esse foi o segundo ano que ela toma. Não terá reforço porque o ano passado ela já havia tomado. Alívio pra ela e pra mamãe que no fundo morre de dó. Mãe é assim.
Já faz um tempinho que ela não chora por causa das picadinhas. Sinto que no fundo ela até queria desabafar, chorando, vejo pelo seu rostinho indignado por estar sendo “picada”. Mas ela resiste e fica durona. Depois ainda com pesar -eu sinto- sai toda orgulhosa dizendo que não chorou. 

Nunca fizemos alarde em torno disso. E com alívio posso dizer que nunca contribuímos para que ela ficasse com medo de tomar vacinas.
Vi um garoto, mais ou menos da idade dela ao prantos e berros dizendo que não queria tomar. Claro, com medo. Meus olhos encheram d’água. Antes via com naturalidade essas cenas, hoje que sou mãe, vez ou outra, me pego com os olhos assim. Normal.
Então me pergunto:
– O que contribuiu para que ele tivesse pavor das vacinas? 
Fazer medo na criança não é nada saudável
Vejo muitos pais colocando medo nos filhos pra conseguirem o que querem.
– Cuidado com o moço do saco
– Olha a polícia aí na frente, ela vai te pegar
– Se não dormir o bicho-papão aparece pra você.
Assim fica fácil conseguir as coisas não é? Ou não. Penso que no caso das vacinas seja igual. 
– Se não fizer isso vai tomar vacina
Ou ficam sempre contando pra alguém perto da criança, que ela morre de medo de tomar vacina.
Ora bolas. Vivemos em outra época que não precisamos desses artifícios. As coisas, bem como a educação familiar evoluíram, ou pelo menos deveriam ter evoluído. Mas alguns pais insistem em fazer terror em cima de alguma coisa. 
Assim não há criança que durma direito, ou que enfrente as situações que deveriam enfrentar com o amadurecimento.
A vacina acompanha a criança desde o nascimento e pra falar a verdade não tem idade pra acabar. Vira e mexe temos algum tipo de vacina pra tomar.
Creio, como mãe, que o melhor em quaisquer circunstâncias, é conversar sempre. Incentivar, brincar com a situação, elogiar por ela estar enfrentando tal coisa e não ficar falando daquilo pelo resto do dia.  
É assim que a criança amadurece de forma mais saudável, mais tranquila. Com certeza se tornará mais segura e forte pra encarar os desafios que aparecem a todo momento. 
Segunda-feira é a minha vez de levar a picadinha. E a Maria agora só em 2017.
– Ufa heim filha?