Não sou o primor de criatividade. Eu apenas crio, sou simples no criar. Invento, coloro a vida com minhas “inventações” de moda. Eu gosto e me faz bem, principalmente quando se trata de reaproveitar algum material que esteja parado, não tendo que despender dinheiro para mais acúmulo de coisas em casa e gastos desnecessários. Tento também passar esse conceito à Maria, do reaproveitamento e economia. Além disso tudo, estou também na fase de arrumação. E assim, me permitindo a alma leve tentando me desfazer de algumas bagunças…
O legado que os pais nos deixam também é de extrema importância, me alivia e alegra recordá-los e usá-los em minha vida. E são tantos!!!
Um deles, me lembro, é de minha mãe sempre econômica e atenciosa com nossas coisas. Tesouro que guardei desde criança e uma das provas disso foram alguns cadernos que ela confeccionou. Colava atividade com atividade formando uma folha e pelo que entendi, ela usava um caderno antigo, cortando as folhas já escritas e deixando um beiradinha para colar os exercícios um com o outro. Enfeitava as capas com uma figura de folhinha (calendário) e assim fazia um caderno do antigo.

Simplicidade e dedicação foram empregados nesse trabalho de amor e sabedoria. O que faço hoje com Maria, minha mãezinha fazia comigo em termos de cuidado e atenção. Tenho dois cadernos guardados como tesouros. Jóias raras que trago como recordação da minha sala de aula com cheirinho de merenda. Como lembrança que devemos também ser simples com tudo, mais coerentes com as necessidades da vida e mais ainda, pra trazer minha infância para perto de mim e lembrar também  que tive (e tenho) uma mãe desprendida e igualmente simples.

Caderno confeccionado pela mãe – Minhas atividades com 7 anos.

Maria me lembrou esses dias que seu caderno de Para Casa havia chegado ao fim. Logo me veio à cabeça produzir um. Como disse, não me considero tão criativa, mas costumo ter idéias – é um começo -*rs.
Depois de conversar e explicar tudo pra Senhorinha, parti para a busca de folhas que sobraram dos cadernos de anos anteriores. 
Sem técnica nenhuma, apenas boa vontade, com tentativas de como produzi-lo, sai um caderno simples, decoradinho e cheio de dedicação e amor, como foi o de minha mãezinha. Mas serviu. Ficou funcional e Maria está utilizando.

Em épocas de sustentabilidade é mais do que justo e necessário ensinar às crianças a reaproveitarem os materiais. Praticamente nada se perde hoje em dia. Uma pena que muitos ainda não querem se conscientizar quanto a isso. Acho que minha mãe mesmo sem querer, já entendia o que era sustentabilidade e sabia a importância disso.

Mas tenho que confessar que nesse trabalho o mais importante de tudo foi a noção da simplicidade que passei à Maria e tento passar – mesmo sem perfeição – todos os dias. Chegar com um caderno diferenciado na escola e não se importar se foi reciclado é um tesouro precioso que a Senhorinha carregou com ela e me permitiu carregar também.

A vida é assim, ou deveria ser: simples e prática. Importante é Maria aprender a ter simplicidade sempre, pois a vida não é fácil pra quem tem muitas frescuras. Além disso tudo, viver com simplicidade e consciência deixa a alma muito mais leve!

Usei para confeccionar o caderno:

♡ Folhas antigas
♡ Canaleta de plástico para prender as folhas
♡ EVA de letras e lápis já guardados
♡ Papel tipo cartonado também já guardado

Como fiz

♡ Cortei as folhas dos outros cadernos com estilete
♡ Juntei e fiz 4 furos na lateral
♡ Amarrei os furos para as folhas não se soltarem
♡ Fiz a capa com o papel cartonado
♡ Decorei com EVA