Maria estava ociosa. E esse estado pode ser tanto perigoso quanto mágico. Posso esperar que dele saia alguma invenção. Pronto!
Era hora de preparar para ir à escola.
– Filha, hora do banho!
– Espera mamãe, não vem no meu quarto, nem olha o que estou fazendo.
Mais um dia de enrolação.
E a mamãe que limpava a casa e fazia o almoço, esperou. Com medo de uma surpresa grandiosa, com o rabo do olho vejo a pequena se arrumando com meu roupão. Um roupão que no inverno me esquentou todos os dias, mas com esse calor não é nada agradável.
– Mamãe, coloca aqui pra mim, mas não olha o que é?
Santa inocência! Como vou colocar um cinto – que era a pretensão dela – sem ver o que estou fazendo? E tentando ajudá-la, passei os olhos discretamente em todo seu figurino. Não teve jeito, mas a gente finge que não viu, claro. Do roupão da mamãe, migrou para seu sobretudo vermelho, que de sobretudo já não tem nada. Ela está crescendo.
Com sapatinho, meias vermelhas e toca na cabeça, imaginei que ela estivesse “indo” para o Polo Norte. É. poderia ser essa a brincadeira, já que vira e mexe ela fala dele…
Demorava muito e Maria mexia demais em muita coisa em seu quarto. Comecei a ficar apreensiva. Afinal, o que vem por aí? Mas tinha que respeitar e não pisar lá dentro e muito menos olhar para aquele lado…
E então veio. Quase acertei… Era a Mamãe Noel em pessoa. E com sua simplicidade, carinho, vontade de chamar a atenção e uma sacola cheia, trouxe presentes pra mim.
– Que mamãe noel mais linda! E olhava feliz e empolgada com cada presente que ela me entregava em mãos, embrulhadinhos do jeito dela.
Um livro, um papai noel que canta (e o papai abomina), uma caixinha com pulseiras e um bebezinho…
Quanto carinho nisso tudo! Quanto desprendimento, criatividade e vontade de agradar e se mostrar.
Sugeri:
– Vamos fazer pro papai? Foi então a Mamãe Noel embrulhar outros presentinhos. E o papai, como sempre, também fez festa.
Criança é criativa o tempo todo. E sua cabecinha fica a mil querendo chamar atenção e inventar. Mesmo que essa invenção chegue em uma hora imprópria…
Deu certo. Valeu o momento. E sempre valerá. Ela ficou feliz com nossa alegria ganhando os presentes.
Meu coração de mãe que valoriza e curte demais esses momentos, sorri. E sem querer reverto meus pensamentos para o Natal. Não esse Natal comercial que o aniversariante nem passa perto.
Não essa festa em que o comércio anuncia com suas promoções, carros volantes “gritando” na rua: “O Natal está chegando”, enfeites típicos, e já começa a dar ênfase em novembro ou mesmo em outubro às comemorações.
Mas com a brincadeira da minha pequena Maria, me volto para uma festa de gestos verdadeiros e espontâneos. Onde se consegue enxergar e viver tudo com mais simplicidade, desprendimento, amor e humildade. Com menos comemorações errôneas, menos presentes sem medida e sem significado. Menos consumismo desenfreado e inútil. Apenas mais lembranças àquele que é o centro das atenções (ou que deveria ser). Àquele a quem essa festa não teria significado algum: Jesus!
Como seria bom se tudo fosse visto com o olhar e o sentimento de uma criança: Excessivamente ingênuo, absurdamente puro, explicitamente verdadeiro…
Meus brinquedos verdadeiros
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Genis Borges
dez 12, 2012 @ 11:04:38
Que linda 'narração'… fiquei imaginando cada momento… cada gesto da pequena Maria.
Que coração puro e generoso…
Amei amiga.
Beijo grande, Genis
Teresinha
dez 12, 2012 @ 12:23:05
Obrigada querida… Eles sempre comovem a gente… É bom ver isso tudo..
Beijos grandes…
Hailton e Izabel
dez 12, 2012 @ 12:29:29
Lindo, Te!!! Adorei o texto!
Eu tb queria ver tudo assim fluir no Natal, com amor, simplicidade… e não ostentação!!! Árvores de Natal gigantes, suuuuuuper enfeitadas, imponentes, ricas, pra quê????
Fartura na mesa? Comidas ricas, pra quê? Nem precisa disso tudo… bom seria se tudo fosse mais simples. Uma rabanada da mamãe, um arrozinho perfumado de alho… pra quê tanta ostentação, diga! Já tive natais que nem um franguinho pude comer, fico imaginando quem não tem é NADA na Noite de Natal.
Maria foi tão ingênua em sua atitude, e que bom que tem esse estímulo de vocês!
Gosto é das coisas simples.
Depois lhe conto em off sobre a não-simplicidade! rsrs
Amei!
Teresinha
dez 12, 2012 @ 18:37:33
Obrigada Bel.
É muita ostentação mesmo… Chega a ser ridículo tanta coisa…
Pois é, como você falou, que bom se tudo fosse mais simples.. Comidinha caseira, abraços verdadeiros, pensamento em Jesus… Isso é Natal..
E quem não tem nada acaba se revoltando contra certas coisas..
É uma pena ser tudo assim..
E as crianças vão crescendo apenas pensando no presente… Aqui nos esforçamos pra ser diferente.. Mas a sociedade não deixa..
Façamos então nossa parte..
Obrigada prima..
E quero saber o off rs
Ana Paula
dez 12, 2012 @ 12:37:30
que linda, fiquei imaginando cada detalhe lendo…a inocência de uma criança é a coisa mais linda.
bjos prima
Teresinha
dez 12, 2012 @ 18:35:27
Pois é Ana, é muito gostoso e gratificante de ver essas coisinhas que ela faz, aliás como toda criança…
E a gente vai aproveitando enquanto não passa…
Obrigada prima pela visita.. Adorei você aqui.. A casa é sua!
Beijos..
Mamães em Rede
dez 14, 2012 @ 03:49:33
Olá,
Que delícia ler esse post, e perceber que devemos ser como crianças…
Obrigada pelo comentário no blog Mamães em Rede.
Beijo
Obrigada
Equipe MR/Deborah
Teresinha
dez 14, 2012 @ 17:58:30
Oi Deborah…creio que esse sentimento infantil que faz tudo parecer mais verdadeiro e natural…
Obrigada você pela visita.. Volte sempre…
Beijos grandes….