Quando nos sentimos sós na maternidade?

Ao planejarmos aumentar a família, sequer pensamos no depois. Vivenciamos esses planos futuros e depois de ter os filhos, curtimos intensamente o presente. E esse futuro só começa a ser avaliado mais atentamente quando os filhos começam a crescer. Podemos até conversar sobre o assunto vez ou outra com o cônjuge ou com um amigo de forma lúdica ou arbitrária, mas não preocupada. Mas quando começamos a reparar de forma mais atenta ao desenvolvimento, ao crescimento deles como tem que ser (e que bom!), essa preocupação começa a aparecer, e percebemos que um dia eles irão realmente viver suas vidas como nós escolhemos viver um dia. Então já “nos vemos” futuramente sem ele(s) e a solidão começa a se instalar antecipadamente.

E por falar em crescer, aquele ser pequenino, dependente, carente e grudento, começa a tomar seu espaço pouco a pouco com seus gostos, suas vontades e seus amigos. Já não são mais tão apegados assim, embora ainda necessitados de ajuda e atenção. O quarto é seu paraíso e não mais a barra da nossa saia.

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Os filhos não estão preparados para serem companheiros eternos, porque como nós um dia, eles vão criando sua vida, seu espaço, seu mundinho particular e único. O que é natural! E mesmo que esticassem essa “hospedagem” em nossas casas, seria espontâneo e previsível que esse tempo aqui depois de estarem mais velhos, seja o tempo deles e não nosso.

E os amigos, cadê eles? Nossa vida extra maternidade que deveríamos cultivar, para onde foi?

Não generalizo, mas no meu caso e imagino que de muitas maternidades ou casamentos, as amizades ou ficam em outra cidade, ou desaparecem por não compartilharem mais das mesmas conversas, ideais, ou programa.
Quem está longe da cidade natal como eu, isso acontece muitas vezes de forma mais acentuada. Comigo foi assim. Muitos anos se passaram longe do círculo de amigos do passado, se tornando tudo mais solitário. É difícil recomeçar com novas amizades em outro lugar. Agora são os “amigos” da escola. Aqueles que você encontra ao buscar seu filho no fim do dia, ou nas festinhas de aniversário. Que sempre falam em combinar algo para fazer juntos, mas nunca fazem.

Hoje com a era tecnológica muitas amizades se resolvem ali. Você começa a resgatar de forma virtual os amigos de infância e amigos novos de longa distância surgem e se aproximam pouco a pouco virtualmente também e acabamos de forma vigorosa a vivenciar essas relações em outro formato.
Não deixando de lado a importância daquele novo tipo de relacionamento, notamos que o contato direto, cara a cara, para aquele cafezinho presencial, cada vez mais fica de lado, porque nos identificamos muitas vezes com esses recentes amigos, nos acomodamos e investimos nessa forma mais direta de fugir da solidão materna.

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Pois é.. os filhos estão começando suas vidas, constroem suas amizades e vão vivê-las de forma plena e feliz. Se não estamos em nossa cidade de origem, para que seu velho amigo continue por sorte apreciando sua amizade, ou se não estamos no mercado de trabalho, a solidão bate à nossa porta.
Seria hora de arregaçar as mangas e soltar as amarras, buscar convivência, trazer amigos novamente? Muitas vezes isso também depende da nossa disposição e boa vontade.

Além de tudo isso há o isolamento, a solidão por nos afastarmos de uma vida social mais significativa, porque vivenciamos a vida do filho nas festinhas, nos programas de escolas, na maneira de criá-los que muitas vezes se diferencia da maneira de criação de outra família – o que ocasionalmente nos distancia por algum motivo. Em determinado momento na maternidade, nos vemos afastados de tudo e de todos e não nos damos conta que estamos sozinhos.

E nosso cônjuge? Em muitas experiências maternas, quando o filho começa a se descobrir e traça seu caminho, nosso companheiro se torna nossa eterna e definitiva companhia de jornada, mas assim como as mães, os pais também precisam de seus amigos particulares.

As conclusões maternas chegam na maioria das vezes depois de vivenciarmos isso ou aquilo. Não é culpa nossa nem de ninguém. Para evitar esse isolamento, ou uma futura dor da síndrome do ninho vazio, quando os filhos saem de casa, ou mesmo o “ninho cheio”, quando estão perto e distantes ao mesmo tempo, se descobrindo e se particularizando em seu mundo, precisamos nos atentar a trazer para perto da gente pessoas queridas que já amávamos ou novos amigos para trocarmos sentimentos e alegrias.

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A maternidade é maravilhosa, mas é preciso lembrar que além de mães somos pessoas únicas, assim como são os filhos, com necessidades de troca e convivência. Um exercício diário, pra que tudo na caminhada materna se torne mais leve, prazeroso e feliz!

Por Teresinha Nolasco, Mãe da Maria

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C0nheça tambem a experiência de outras mamães:

Chica – Chica Brinca de Poesia 

Ju Pelizzari – Mãe Sem Fronteiras

Ana Paula – Lado de Fora do Coração

Cris Philene – Prosa de Mãe 

Daisy – Educando Mães

Carol – Blog Vamos Conversar

Silvia – Enfim Nós

Fiquem atentas mamães!

Nossa próxima postagem que será no terceiro domingo de novembro, dia 17 trará o tema:

“A cobrança do segundo filho”

Abordagem:

Mal mal temos nosso primeiro filho e já nos cobram o segundo, como se isso fosse crucial para se ter uma família feliz! As inconveniências nas perguntas e o constrangimento que ficamos sem saber o que responder, porque não queremos responder.

E a cobrança vem de todos os lados:

* A espera do segundo filho pela família

* Quando o filho único pede um irmão

* Todos te perguntam: Só tem ele(a)? Não vai ter mais um?

* A eterna cobrança interna, aliado ao medo de se ter apenas um filho e não vê-lo feliz futuramente.

* O sentimento que temos que aquela pessoa que tem 2, 3 ou 4 filhos, é mais realizada.

* O conformismo e a aceitação ou a vontade em ter apenas um filho.


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