Maria ainda estava de camisola. Tomou seu café da manhã e foi fazer tarefa. Uma tarefinha que ontem, se arrastando de cansaço, não conseguiu fazer. Hoje teria aula de música e tarefa não feita ontem com aula hoje complicaria o tempo de fazê-la. Mas uma coisa que temos aprendido é respeitar o limite físico, mental e emocional de Maria.

Nossa Maricotinha sempre teve o ritmo diferente de muitas coleguinhas que fazem tantas atividades e parecem não se cansar. Já tentamos – a pedido dela – fazer alguma atividade depois da aula, mas ela mesma pediu para sair por cansaço. Percebemos que ela não se dá bem com acúmulo de coisas a fazer e pra falar a verdade, nunca gostamos disso.

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A Senhorinha sempre fez uma atividade extra classe. Um esporte ou uma música. Sabemos que o esporte é necessário para seu bom desenvolvimento e incentivamos muito por causa disso. Claro, aquele que ela mais se identifica. Atualmente Maria tem a prática da natação por opção e importância e escolheu fazer aula de teclado, com a qual ela se identifica muito. Sempre perguntamos se é isso que ela quer. E ela gosta dos dois.

Hoje em dia as crianças tem muitas ocupações que as sobrecarreguem. Além da escola com suas infindas responsabilidades, existem as inúmeras atividades também fora dela. Muitas se ocupam todos os dias com música, esporte, cursos e aí vai.  Algumas por opção própria, outras por vontade dos pais.

Mas ao meu ver, a criança precisa do seu tempo livre também. Tempo pra ser ela mesma, pra brincar livremente e sem pressão. Pra se soltar sem uma atividade dirigida. Pra ser criança! Aprendi isso com a maternidade. Aprendi com as necessidades de Maria. O aprendizado veio também depois de observar outras crianças com seu tempo todo tomado e as vezes clamando por um tempo livre.

Sem competições ou julgamentos, a mundo materno nos permite aprendizados diários. Algumas vezes indiretamente, observando e colhendo o que é melhor pra sua maternidade através de outros exemplos. Fazendo melhor, fazendo diferente, ou absorvendo certas práticas que concluímos darem certo. Outras vezes diretamente através de uma palavra ou conselho. Precisamos estar de ouvidos e coração abertos aos aprendizados.

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Recortes de atividades em seu 4º Ano

Certo dia, falando desse cansaço da Maria e outros assuntos pertinentes, há mais ou menos uns 2 anos, uma amiga “virtual” muito querida, me relatou sua experiência com seu filho. Muitas vezes o observava cansado quando chegava da escola. Ele se esticava no tapete do quarto e pedia um lanche que provavelmente era pra estender seus minutos de relaxamento ali. Foi exatamente assim que ela o entendeu e mostrou que ele precisava ser sincero para ajustarem a rotina,  mas deixou claro que valorizava o “trabalho duro” que fazia no período escolar.

Nunca esqueci e cada vez que Maria chega da escola dessa forma e pede para deitar, não tenho feito tanta objeção. Sei que do alto dos seus 9 anos e 8 meses o cansaço vem sem dó nem piedade. Não só o físico, mas o mental que ao repará-la observo que é maior. O meu Sim, já faz Maria relaxar. Com isso ela vai ler um pouco com o corpinho esticado ou mesmo deslizar seus dedinhos no teclado pra suavizar a mente… e basta!

A tarefa? Fica para o outro dia! As responsabilidades precisam ser cumpridas, mas de nada adianta forçar se o momento pede sossego.

A minha maternidade ensina, as outras maternidades também. É uma troca de saberes muito grande que colhemos no coração as boas experiências que toda mamãe carrega com seu amor, sua dedicação, seus sacrifícios e apertos.

Eu agradeço a toda maternidade!

♥♥♥

Obs. A amiga que trocou saberes está muito sumida e tenho saudades. É Luma Rosa do Luz de Luma, yes Party! Obrigada querida! ♥