Eu penso que a vida sempre foi corrida desde outros tempos. O que muda são os estímulos, afazeres e novidades que a vida traz.
Antigamente as famílias eram bem maiores. 8, 10, 12 filhos. Na família da mãe eram 13 filhos, do pai 12. Os filhos trabalhavam na roça, em algum pequeno comércio da família, ajudavam a mãe nos afazeres domésticos ou saiam de casa para ganhar a vida jovens ou adolescentes ou mesmo para irem para um colégio interno, ou seguirem a vocação religiosa. Tanto na família do pai quanto da mãe existiram situações assim.

 

A vida era corrida do seu jeito . Geralmente as mães ficavam em casa e cada filho que nascia e crescia, tomava conta do mais novo. Será que as mães percebiam essa correria passando a responsabilidade (inevitável) para os filhos mais velhos? Será que tinham tempo para sentar e conversar sobre as necessidades e anseios dos filhos?

Não existiam os jogos de tabuleiros para reunir a família, talvez não iam tanto à pracinha para levar os filhos. Era produzir o queijo, os bolos, pães e outra alimentação em casa o dia inteiro. Vender o que se produzia.

Mas o fato é que em muitas casas no cair da noite, reuniam-se numa varanda para contar “causos” e ouvir o barulho da noite. Dormiam cedo para madrugar no dia seguinte. Não sei como foi esse fim de noite na casa de pai e mãe, mas a gente sabe que comparando a hoje em dia a atenção aos filhos e a correria se faziam de forma diferente.

Hoje vemos mais mães (no caso da maternidade) saindo para trabalhar, por necessidade, por modernidade, ou por vontade mesmo. Cada uma com seus desejos, sonhos, ou  aspirações e quem escolhe ou precisa ficar em casa, supostamente terá mais tempo para seu filho. Quem trabalha no mercado terceiriza esse cuidar para um parente, funcionária ou escola integral. E o tempo fica escasso.

Nos dias de hoje é bem mais comum buscar uma atividade para se fazer em casa ou abdicar totalmente do mercado de trabalho para ficar perto do filho. Artesanato, culinária, internet, marketing e tantas outras coisas que a modernidade permite.

Em todos os casos, desde a época das minhas avós até os tempos de hoje, a vida se faz corrida. Os afazeres são muitos, se antes o trabalho era intenso e corrido com a rotina doméstica, produções de alimentos e outros , hoje a vontade de crescer na vida, as necessidades e vontade de ser independente também deixa à mostra todo atropelamento que a vida traz.

A chegada da internet com seus trabalhos virtuais facilitaram um pouco essa “distância” dos filhos. Mas a vida continua corrida do mesmo jeito. A demanda materna é grande, não importa a idade.
Mas é preciso tempo de qualidade. E estar em casa nem sempre significa essa qualidade de tempo com eles.

Como relato em muitos dos meus textos, eu e Cris sempre nos viramos com Maria. Não terceirizamos os cuidados com ela para escola ou outras pessoas. Parentes nunca tivemos perto. Marinheiros de primeira viagem, aprendemos e passamos os apertos em nossas necessidades, sempre sozinhos. Se por um lado foi bom por conseguirmos levar tudo sem muita interferência, por outro exigiu muito mais da gente por nunca ter tido um apoio mais perto.  Por esse motivo decidi ficar em casa com Maria. Não dava pra confiar em qualquer pessoa. Não tínhamos escola integral e meu coração não permitiu isso.

À medida que Maria foi crescendo, algumas necessidades deixaram de existir por parte dela. Como arrumar um lanche, fazer a cama, tomar banho sozinha…  É a leve sensação de que com o crescimento a vida correria menos. Talvez! Mas vieram outras necessidades com a chegada da adolescência. Outras atividades, outras preocupações, outras demandas emocionais que nos fazem parar, jogar algumas coisas pro alto e dedicar ao que é necessário.

Posso dizer, no meu caso, mesmo tendo abdicado do mercado de trabalho, tendo meus atropelos, apertos e cansaços rotineiros, me sinto privilegiada por (sem perfeição) fazer dessa correria o meu tempo de qualidade com Maria, de ter podido acompanhar seu desenvolvimento pouco a pouco, de poder dar uma palavra na hora mais apropriada. De ter crescido minha demanda levando-a em mais atividades do que alguns anos atrás. De ter a casa, meu trabalho virtual, o almoço pronto para eles todos os dias e ainda assim poder cuidar de mim fazendo uma atividade física, selecionando alimentos mais naturais, preparando quando posso receita mais saudáveis… E o melhor, ter ficado perto dela.

Ontem Maria foi dormir na casa de uma amiga. Assim conseguimos eu e Cris termos um tempo para “pegar um cineminha”, o que é raridade pois fazemos tudo sempre junto os três. ♥
O tempo é corrido sim, mas a gente ajeita tudo quando faz por amor! Um dia Maria vai crescer e não vamos precisar correr tanto…. Será que sentiremos falta desse tempo tão corrido?

Por Teresinha Nolasco, Mãe da Maria

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Chica – Chica Escreve por aí
Renata Diniz – Diário de Alegria
Ana |Paula – Manhã de Jasmim


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Queridas Mamães, Atenção!
Nossa próxima postagem que será dia 21 de Agosto – Sempre na terceira quarta feira do mês!

Trará o Tema sugerido pela Ana do blog Manhã de Jasmim:
Adolescência dos filhos! Estamos preparadas para sua chegada?

Obs.: Esse tema será tanto para as mães de filhos que estão na adolescência, para as que já passaram por essa etapa e para as os adolescentes que ainda virão. Tudo é experiência Materna!

Obrigada Ana!!

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Tem algo em mente? Deixe também sua sugestão para outras postagens.

Abordagem:

* A adolescência chegou: Será que eu sabia tudo sobre maternidade?
* Um pé na infância, outro na adolescência. Como tratar seu filho?
* O desafios e a beleza da adolescência
* A solidão materna e a solidão do filho adolescente
* É preciso sabedoria nessa “nova maternidade”
* O mundo colorido, diferente e distante do adolescente
* O que muda na adolescência entre mãe e filho
* Como se sente uma mãe de adolescente
* Como passei essa fase tão delicada que é a adolescência?
* Como não distanciar de seu filho adolescente
* A adolescência ainda não chegou por aqui, mas ouço relatos de outras mães
* As expectativas da adolescência que virá
* O adolescente que fui um dia

Sintam-se a vontade para abrirem o leque para essa discussão!
Até lá! 🙂

 

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