Eu como mãe e esposa, discordo dele. Cris se ocupava das suas obrigações mas estava sempre perto da gente. Fazia Maria dormir, levava a pequena para mamar nas madrugadas que a mamãe cansada mal conseguia abrir o olho, brincava com Maria, acompanhava em todos os médicos e vacinas… Estava sempre ali. Como dizer o contrário?
De qualquer forma, esse sentimento não é só “privilégio” dele. Eu que não saia de perto da minha Senhorinha hora nenhuma, também carrego essa sensação: de anos atrás, de hoje, provavelmente quando a infância de Maria for embora e sempre.
Será que dei todas as atenções, ouvi todos os pedidos, dei todas as broncas, tive toda a paciência, eduquei devidamente, brinquei de todas as brincadeiras? Claro que não e mesmo que por um milagre tudo fosse perfeito, ainda assim, carregaria por toda vida esse sentimento de incompletude, simplesmente porque mãe é assim.
Me atentei a isso, quando revendo fotos e vídeos de Maria veio um aperto grande no coração. Lá estava ela: pequenina, carente, feliz e se comunicando do jeito dela com a gente. Chamando a atenção para ser ouvida, para mostrar que existe, que é filha, que é… princesa!
Mesmo não sendo perfeitos, mesmo não tendo suprido todas as necessidades de Maria quando bebê, criança e um dia da linda jovem que ela será, mesmo sabendo que embora ela cresça e sua infância passe tão rápido como está passando, estaremos sempre ali: brincando, acolhendo, educando e amando. Com muitas falhas, com a convicção de não ter cumprido tudo de forma absoluta, mas com os poros abertos e os sentimentos à flor da pele transbordando emoção e dispostos a amar infinitamente…