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Me lembro quando tirei essa foto. O fotógrafo pediu para fingir que arrancava uma flor e da primeira vez eu a arranquei mesmo. tive que repeti-la. |
A vida de casada é bem diferente! O que eles fizeram – constituir uma família – a gente fez. Mas já não é mais a mesma coisa. As alegrias são outras e as obrigações também. O zelo de pai e mãe e as brigas com o irmão já não existem mais daquela forma. As preocupações deles com a gente sim, mas os cuidados são outros. As comidinhas na mão, a maçã picadinha na hora da tv com todos reunidos, o levar e buscar na escola, os cadernos que minha mãe fazia, o dente escovado na cama e tantas outras coisas que hoje sou eu quem faço, ficaram pra trás.
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Eu e meu irmão Alexandre em um dia de fotografias. Antigamente, posso dizer assim, passavam alguns fotógrafos na nossa porta. |
Não existia Shopping, mas a pureza dos cinemas eram um paraíso pra mim. A lagoa Azul, Marcelino Pão e Vinho e tantos outros filmes, compuseram meu cenário de imaginação naquele telão enorme do “Cine Horto”. Parques e circos preenchiam com alegria meu mundo de fantasia.
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Essa é a Mãezinha. Aquela boneca que toca uma canção de ninar e embala o neném. Hoje ela é filha da minha filha! |
Além desse encontro natalício tinham as domingueiras que nunca esqueço. Pai, mãe e meu irmão. Era certeiro a visita primeiro na casa da vó Maria e depois na casa da vó Ester. E ficava ansiosa pra ir pra segunda vó, pois era lá que estavam todos os primos, reunidos praticamente num mesmo bairro. A visita na casa de cada um era uma delícia.
Tanta coisa ficou pra trás e como diz Belchior “tudo muda e com toda razão”. A razão certeira de que cada um tem que viver sua vida. Meus pais viveram, eu vivo e Maria viverá a dela… Mas tem hora que a vida aperta aqui, aperta ali e a saudade disso tudo vem à tona. Mesmo sabendo que é fato crescer, acho que as famílias não deveriam se separar.
A vida “apertada” de adulto traz a infância e a infância me remete aos problemas que tinha naquela época: meu dedão do pé cortado de tanto brincar na rua, meu short descosturado pelas ruas do bairro, ou quem sabe ter que acordar cedo pra ir pra escola…
Eu tenho saudades do pai que já se foi, tenho saudades da mãe que está longe e que acho que nunca mais ficará perto, tenho saudades dos cuidados deles, quando mesmo adulta me faziam criança todos os dias…
É… Minha infância foi boa e eu morro de saudade dela… E por falar em infância, está chegando o Dia das Crianças. Que ele seja cheio de boas e nostálgicas recordações e grandes alegrias com o tempo que se vive!!!!