É fato! Dizer não para o filho dói, principalmente quando ele sabe muito bem afetar seu coração com um “por favor, me deixa fazer…” Ou mesmo quando a única coisa que resta nessa hora são lágrimas desesperadas, choro e uma carinha enorme de sentimento doído.
Tudo isso massacra o coração de uma mãe.
É fato também que os nãos que eles recebem agora, contribuirão para que eles se tornem adultos mais seguros, mais honestos, mais fortes, mais decididos e mais conscientes da vida.
O não nos faz sentir inteiramente culpados, quando apenas queremos educar e mostrar o que é certo ou não, o que pode ou não pode, ou simplesmente que também como pais e humanos que somos temos vontade e que aquilo não condiz com a nossa do momento.
E como saber se de fato é apenas uma querência nossa ou realmente não seria conveniente atender tal pedido?
A história!

Depois de muita conversa e explicações a resposta foi não! Não pela falta de intimidade, não porque ficaríamos sem lugar esperando Maria por umas três horas em uma casa que não conhecemos ninguém, não porque somos pais e achamos que seria essa a melhor opção no momento.
Atrás da decisão um choro enlouquecido para reverter a situação. Da nossa parte, mais conversa! Explicamos, lamentamos certas atitudes e aquietamos. Foi para o banho.
E meu coração naquele momento se despedaça pelo não resolvido, mas papai estava ali para mostrar que as coisas não são assim. Que suas vontades são satisfeitas até demais, que o choro era por não saber receber uma negativa. Que Maria é sempre coberta de carinho, de diálogo, de atenção e presença dos pais. Não havia motivos para que eu me sentisse daquela forma.
Me acalmei.
E outros nãos virão
Sei que “me despedaçar” ao dizer um não será preciso para que Maria se inteire como um ser humano. Que mesmo com o sentimento frágil por vê-la assim, estou contribuindo (e papai também) para que ela aprenda a lidar com as possibilidades da vida.
E do lado dela é preciso que nossa Senhorinha entenda pouco a pouco que ouvir um não, também é sinal de amor, preocupação, atenção. Que a vida é assim também pra gente, um dia ganhamos, outro não, um dia é de “festas” o outro não…
Conclusões
Fomos jantar. Eu chateada, cansada e o clima ruim. A Senhorinha Maria disse que analisou e que eu estou certa.
E mais uma vez mamãe tentou mostrar que nós a amamos e que não gostamos de vê-la revoltada com nossas decisões.
Maria não é boba e presta atenção muito bem em tudo que acontece, por mais que ela “esperneie” e não queira a situação. Sabe que me chateio e quando é preciso fica sem minha atenção por eu ter me recolhido. E ela não quer isso.
Pelo jeito se redimiu. Amanhã, talvez, possam vir outros sentimentos. Quais, as horas dirão…
E assim vamos vivendo, amando, perdoando e aprendendo com tudo que a vida nos traz e tenta nos ensinar…
“Educar é impregnar de sentido o que fazemos
a cada instante! Paulo Freire