E falando em crescer….
Imagino que em determinadas fases da infância, passe na cabecinha dos filhos que os pais sempre serão maiores que eles. Porque são os pais e pais não podem ser menores…
Maria vira e mexe vem me mostrar entusiasmada um chinelo que está ficando curto em seu pé e um sapato meu que já está servindo pra ela. Não são raras as vezes que ela coloca um calçado da mamãe e vem faceira exibir que ele já está servindo.
– Mamãe, posso ficar com “esse” pra mim?
Parece até que tem vontade de crescer bastante…
E pelo que vejo, não só uma mãe é contraditória quando se orgulha com o crescimento do filho e ao mesmo tempo não quer vê-lo crescer com medo de “perder” sua criança?
Dia desses me agachei na frente dela e fiz uma observação:
– Daqui a pouco vou te olhar de baixo para cima
– Não mamãe!!! Eu não quero ser menor que você…
– Por que Maria?
– Assim não posso sentar no seu colo…
Aliás, ficar do tamanho da mamãe e passá-la não é tarefa difícil *rs …
Ah, Maria, quem disse que crescendo não vai ter mais meu colo? Tempos atrás, quando nem seis anos tinha, essa menininha já se preocupava com isso e falou da mesma forma que agora. Eu disse, que ela só não teria meu colo por um motivo: quando não o quisesse mais!
Minha filha, saiba que ainda está valendo essa justificativa!
De crescer ninguém escapa… A gente cresce por fora, fica grandão ou não, mas crescem também as responsabilidades, as obrigações, os apertos, as aventuras, os amigos, as descobertas, os aprendizados… Cresce a independência tão temida pelos pais que já pensam no ninho vazio. E percebo que esse receio ronda também os filhos…
Talvez na cabecinha inocente dessas crianças não seja medo de crescer, mas de perder a infância. A infância que traz proteção, traz segurança, traz mimos, traz colos… A infância que mesmo com suas responsabilidades próprias, tem uma guarida chamada, Pais. Que tem um sustento nas horas difíceis e sombrias. Tem o aprendizado melhor do mundo, tem um ouvido que traz toda a sabedoria e amor para ajudar na caminhada…
Maria, te ajeitar no colo não está tão simples, mas pode crescer sim minha filha… Um dia, talvez, você terá seus filhos e vai entender que pra uma mãe os filhos são eternamente crianças e todo aconchego não se evapora nunca, eles ficam aqui, bem guardadinhos, esperando uma volta, um abraço e um pedido de colo, que com certeza será seu eternamente…