Desde abril do ano passado, em consequência ao infarto do vovô, nós e Maria vivemos entre viagens: da nossa cidade à cidade dos meus pais. São muitas internações todo mês. Hoje, chegamos com ele de mais uma batalha no hospital. Viemos alegrá-los em mais um feriado e já tivemos que conduzi-lo aos dolorosos procedimentos.
Claro que não estamos presentes em todas as vezes que vovô Pedro precisa ir, pois temos nosso cotidiano de trabalho, atividades e escola da Maria, enfim, temos nossa vida longe!
A vontade de estar perto todas as vezes é grande, o sentimento de culpa por não estar ao lado ajudando, também não é nada pequeno. Perto do vovô temos o tio da Maria, meu irmão e sua esposa que moram na cidade e cuidam dele. A carga não é leve para ninguém, e a angústia por estar longe, por vezes me consome pois apesar de toda essa necessidade de auxiliá-los e consolar o meu pai nos momentos de mais fragilidade, é impossível fazê-lo, já que as visitas do vovô ao hospital viraram “rotina”.
Em meio a toda essa lida, está Maria, enfrentando a dificuldade das horas de estrada, dos apertos e tristezas com a situação do vovô, das faltas à escola e à natação, do ambiente na maioria das vezes tenso e do ócio na maior parte do tempo, coisa que criança nenhuma tolera por um longo período.
Quando vovô estava em uma fase crítica, pós operação, em uma dessas faltas à escola (15 dias direto), cheguei a matricular Maria em uma escola local, pois não deu certo a Senhorinha tão parada. Acentuava a falta que fazia os estudos, os colegas e as atividades. Na casa dos meus pais não há criança para brincar, tudo ficava então mais difícil. Coração de mãe já viram como é, vai dando um jeito em tudo que é possível.
Depois de um certo tempo descobrimos Júlia, filha de uma amiga querida – a Jane- que muitas vezes quando estamos aqui, Maria se encontra para brincar, o que a distrai muito e nos dá um certo alívio, pois brincando também se alivia de alguns momentos nada fáceis.
Por esse motivo e sempre, mais do que o normal, D.Maricotinha pede atenção. Mas a correria é muita. A rotina de hospital não é fácil, como também não é fácil o dia a dia em casa para estancar o estresse e suprir as necessidades de todos, inclusive dela. Também é uma missão que exige paciência, calma, astúcia e muita cabeça no lugar.
Mas Maria é criança, se distrai facilmente. Além do mais, um dia tudo passará para ela e para todos. Não podemos explicar tudo ao pé da letra e convivendo com as dificuldades desde agora, talvez nossa Senhorinha vá amadurecendo. É preciso que ela tenha consciência de certas coisas, da situação delicada que exige cuidados extremos e mesmo em meio a todo o nervosismo, entender que é preciso compreensão também da parte dela.
É assim que crescemos em mais uma experiência de vida. Talvez não da maneira que desejamos para nós e para ela, mas da maneira que é preciso.
Um dia, bem ali no futuro, quando olharmos pra trás, iremos saber que restaram o amor e a honestidade empregados em tudo que nos coube e a certeza que amadurecemos e fizemos tudo da melhor maneira possível.
Renata Diniz
mar 05, 2014 @ 18:54:28
Ei Teresinha e Maria! A vida é uma caixa de segredos a ser explorada. Saúde para todos. Beijo!
Teresinha
mar 05, 2014 @ 21:57:02
É grande verdade Renata. Obrigada..beijos
✿ chica
mar 05, 2014 @ 21:06:09
É mesmo a vida uma caixinha de surpresas. Nos prega peças, dá alegrias, nos faz sofrer. Maria convive desde pequena com isso e certamente amadurecerá nesse ponto! Tomata tudo fique o melhor possível por aí com o vovô! beijos,chica
Teresinha
mar 05, 2014 @ 21:57:58
Isso Chica, surpresas e sofrimentos, mas também alívio a cada nova vitória… Precisamos lutar… e assim, amadurecer, mesmo sem querer.
Obrigada! Beijos grandes
Coisas da Lara
mar 06, 2014 @ 09:57:27
Que possam todos estar e ficar bem…. Maria linda! bjus Coisas da Lara
Teresinha
mar 08, 2014 @ 22:02:18
Obrigada Andrea Charan! Beijos beijos
Luma Rosa
mar 06, 2014 @ 20:44:41
Oi, Teresinha!
Não sei o que você pensará de mim com o que vou dizer, mas eu lembro quando o meu pai faleceu e anteriormente, do tempo em que o visitava no hospital. Eu tinha 4 anos e minha mãe dizia que o meu pai precisava descansar e por isso estava no hospital. Custei a entender a morte, que se transformou no medo de perder também a minha mãe. Eu cresci com esse medo e quando ela se foi em definitivo, eu estava mais do que preparada para aceitar – pois Papai do céu fez tudo muito certinho para poupar o meu sofrimento. Enfim, acho que se eu perdesse meu pai hoje, eu não suportaria viver. As crianças processam melhor as tristezas do que nós adultos.
Tenho certeza que para a Maria nesse tempo de dificuldade, em que todos vocês estão se sacrificando de alguma forma repassará o sentimento do que realmente é uma famíla – todos por um, um por todos – o que não acontece, quando as crianças são retiradas do contexto familiar de forma a "poupar" o sofrimento delas.
Beijus,
Teresinha
mar 08, 2014 @ 21:59:43
Oi Luma, obrigada pelas palavras de carinho… Eu entendi sua história… Sua mãe foi cuidadosa com a situação.. Não é fácil para uma criança de 4 anos entender certas coisas… elas simplesmente amam, e acham que todos tem que estar perto…
Mas você está certa… se fosse hoje com você adulta, talvez seria mesmo, muito mais difícil e doloroso. De qualquer forma , 4 anos, 7, ou 44, não é fácil em qualquer fase e acredito que de uma forma ou de outra Deus vai nos moldando ao sofrimento…
A família fica perdida, os sentimentos à flor da pele, mas por trás, graças a Deus, muita honestidade e amor..
Obrigada Luma e um Feliz dia da Mulher! Beijos grandes
Carina Pontes
mar 06, 2014 @ 23:49:34
Boa noite meninas!
Sinto muito pelo pai e avô é triste ter um ente querido doente e ver piorar, mas com fé ele irá melhorar (:
Parabéns pelo blog de vocês, ele é lindo e perfeito e vocês são uma graça, continuem assim. Sempre estarei vindo dar um pulinho no blog de vocês e comentando, visitem o meu também (:
Beijos e melhoras para o vovô,
Carina.
Teresinha
mar 08, 2014 @ 21:50:24
Oi Carina!!! É um sofrimento mesmo grande para todos… e mais para eles.. Mas vamos levando com fé, força e muita luta..
Muito obrigada por estar aqui.. ficamos muito felizes por gostar de tudo… Claro que vou lá te ver sim..
Seja sempre bem-vinda! Beijos grandões meu e da Maria..
Cris Philene
mar 08, 2014 @ 00:00:15
Oh amiga… situação delicada e difícil… mas forças!!
Por aqui vamos orando e pedindo ao Senhor para fazer o milagre!
bjs
Teresinha
mar 08, 2014 @ 21:49:03
Pois é amiga Cris… nada fácil.. vamos levando conforme Deus quer… agradeço suas orações 🙂
Beijos grandões
Coisas da Lara
mar 08, 2014 @ 13:14:27
Te indiquei para um tag: http://coisas-da-lara.blogspot.com/2014/03/tag-7-coisas-que-eu-gosto.html
Teresinha
mar 08, 2014 @ 21:30:51
Opa Andrea… Sabia que meu gmail está colocando os comentários na caixa de spam? Agora que fui la e tirei.. deixa eu ir correndo pra ver a tag.. Obrigada!!!!
silvio
mar 08, 2014 @ 16:46:54
Passamos por situação parecida no ano passado com a doença de um Tio muito próximo e que tinha na gente sua família. É interessante como nessas adversidades nos tornamos mais fortes e descobrimos pessoas maravilhosas. Agora passamos por um período de doença inclusive das meninas e a cirurgia do Papai. Carinho, conversas, paciência são afagos e nos fortalecem! Gosto do blog e acompanho a página no face!
Abraços da Laura e Sílvio e das Pequenas Júlia e Luísa que também gostam de gibis!
Teresinha
mar 08, 2014 @ 21:29:22
Oi Silvio, não é nada fácil enfrentar toda essa situação… Não é fácil também ver uma pessoa tão transformada de forma física e emocional pela pela doença. É doloroso. E o sentimento de impotência em relação à situação nos consome. Na doença aparecem revelações, umas boas outras não. Os sentimentos se afloram, sejam quais forem… Mas você está certo, encontramos pessoas boas, e nos descobrimos fortes quando parecemos não ter mais força.. Vamos levando, com honestidade e amor, do jeito que a vida manda.. pq sim, ela manda na gente…
Desejo saúde e alegria à todos em sua casa… Eu e Maria agradecemos imensamente as visitas aqui e na página. Nem imaginamos que tem pessoas especiais lendo nosso trabalho.. E a maior recompensa é essa, saber que apreciam tudo que é feito com muita dedicação, AMOR e empenho!
Beijos na Laura, e nas pequenas Júlia e Luísa. Que bom que as meninas também gostam da leitura que faz sonhar… Um feliz dia da mulher a elas… E um abraço especial pra você…
Muito obrigada e seja sempre bem-vindo aqui.. A casa é sua sua! 🙂
Rosa Paula
mar 11, 2014 @ 21:07:58
Fase nada fácil, e certamente de muitos aprendizados para todos. Deixo aqui o meu carinho e força para vocês.
Teresinha
mar 14, 2014 @ 21:41:05
`Pelo menos é o que espero Rosa…. Obrigada ..beijos