Pra falar a verdade nunca pensamos nisso. Saber a hora certa de dar a mesada aos filhos, bem como a quantidade é assunto que envolve vários fatores. Alguns especialistas sugerem o início a partir de 5 a 7 anos e ao invés da mesada (que acaba sendo um nome geral), dar a semanada ou quinzenada para os menorzinhos. Tudo varia de acordo com cada família e também com a maturidade da criança.
Nossa experiência com Maria foi a partir do 6 anos, quando compramos um cofrinho pra ela. Toda moedinha que ela ganhava ou achava perdida na bolsa da mamãe – e que a mamãe autorizava pegar – ia para o cofrinho. E lá estava Maria feliz da vida fazendo sua “poupancinha”. Não era mesada, mas foi uma introdução ao aprendizado com o dinheiro.
Mas a mesada veio mesmo aos 8 anos. Achamos que já era hora dela começar a entender certas coisas relativas à economia e gastos. Determinamos uma quantia e fomos observando como a Senhorinha lidava com ela.
Ela gostava de ver o dinheirinho entrando na sua carteira – e quem não? Muitas vezes ficava (ainda fica) ansiosa para usá-lo, ou mesmo contava sempre a quantia que já havia juntado. Isso é normal para a criança nesse processo. Mas é preciso entrar aí a interferência dos pais.
Como Maria com seus 9 anos, lida com a semanada e como nós lidamos com a situação!
♥ Muitas vezes economiza certa quantia e já inventa de usar o dinheiro porque quer gastar.
Primeiro analisamos se é necessário tal coisa naquele momento ou se é apenas vontade de gastar . Conversamos para que espere um pouco caso seja apenas impeto. Questionamos se aquilo irá acrescentar algo pra ela no momento e que talvez fosse melhor economizar mais para comprar algo mais significativo.
♥ Maria vê algo que não está programado comprar, deseja muito e não tem o dinheiro no momento.
– Mamãe, é com meu dinheiro que vou comprar. Eu pago depois.
Quando novamente achamos que é desnecessário e que a vontade é de acrescentar objetos – ou tralhas como as vezes chamamos – explicamos para Maria que não é porque recebe sua semanada que pode sair comprando qualquer coisa. E a resposta é negativa com toda a conversa por trás.
Mas se vemos que dá pra adquirir tal coisa, a Senhorinha compra e repõe à mamãe ou ao papai o valor gasto e que ela prometeu que sairia de sua semanada. É muito importante deixar que ela assuma o que prometeu pra saber o valor do compromisso com as coisas e com as pessoas. E assim ela faz.
♥ Maria quer agradar mamãe ou papai.
– Quero pagar isso pra você Mamãe.
Na maioria das vezes ela não está com o dinheiro em mãos. Pagamos o produto e mais uma vez a quantia é reposta posteriormente.
♥ O uso de uma quantia maior para comprar um produto que não condiz com sua realidade e que com certeza iria ficar parado.
Não é porque o dinheiro é dela que poderá comprar qualquer coisa, ainda mais em um valor maior. Esses dias Maria juntou seu dinheirinho por um tempo e queria usá-lo para comprar um Rádio Comunicador profissional *risos – e não tirava da cabeça a tal compra. Conversamos sobre a utilidade do produto pra ela, que iria ficar parado pois não teria alguém para comunicar. Ela mesma viu que não iria dar certo e não era necessário. A conversa e os exemplos da realidade para o uso do produto deram certo para que Maria mudasse de ideia.
♥ Maria quer comprar algo que seja bacana mas precisa de um complemento.
Geralmente ela não pede, mas olha pra gente e diz que não vai dar. Nesse caso se passa pouca coisa, acrescentamos o dinheiro que será bem empregado e não cobramos depois. Foi uma oferta do papai e mamãe. Mas outras situações pedimos para escolher outra coisa se o complemento for maior. É preciso também acostumar-se com o que tem nas mãos e segurar a ansiedade.
♥ Fazer compromisso com o dinheiro dos pais.
Maria por duas vezes trouxe gibis da escola que havia comprado da coleguinha. Pagamos a primeira e a segunda vez e alertei que da próxima vez que fizesse isso, teria que tirar da sua semanada os gastos com os gibis. Mostrei a ela que não se pode fazer compromisso com o dinheiro do papai e da mamãe sem comunicar a eles e que se quiser ter esse gasto, teria que sair da sua semanada. Ela entendeu!
Um livro e alguns brinquedos de montar que ela adora e que foi trocado pela intenção do rádio comunicador. Ainda sobrou dinheirinho! 🙂
Ao meu ver, não é todo momento que a mesada precisa ser usada só com coisas grandiosas e úteis. Alimentação, roupas, calçados é gasto dos pais, mas é preciso liberar as economias do filho para coisas “miúdas”. Se querem comprar uma figurinha pra preencher um álbum, um lápis colorido cheio de frufru que namoram há tempos, um bonequinho pra sua coleção, uma revistinha na banca etc, é preciso ter jogo de cintura e deixá-los também escolher, afinal o dinheiro está indo pras mãos deles e alguma autonomia eles devem ter no uso do que foi economizado. Importante é sempre falar com o papai e mamãe e juntos decidirem se dá ou não pra gastar nisso ou naquilo.
Essa tem sido nossa experiência com Maria e que deu certo até agora. Claro que aparecerão outros episódios que serão resolvidos com muita conversa e amor. Muitas vezes a criança não tem maturidade para lidar com algumas situações de gastos e é preciso interferir e dizer Não se for preciso. Os filhos precisam perceber que mesmo o dinheiro sendo deles é preciso ter responsabilidade e que os pais estão atentos aos desejos e produtos que eles escolhem para esses gastos.
No fim das contas todos aprendem com o processo, pais e filhos. Além disso, o que os pais mais querem é deixar mais um ensinamento na vida das crianças: responsabilidade, gastos, economia, trabalho, sacrifício! Tudo acrescenta valores para a vida desses pequenos aprendizes!
♥ ♥ ♥
Esse texto foi uma sugestão da amiga Cris do blog Prosa de Mãe para ser abordado aqui no Bolhinhas! Cris tem Joseph de 4 anos e pensando sobre o assunto em relação ao filho, quis saber nossa experiência com a semanada de Maria! 🙂
Paula Belmino
mar 02, 2016 @ 12:48:10
A educação financeira deveria ser sempre pauta na escola e em casa. Pq dinheiro é difícil de se ganhar e as Crianças não compreendem ainda quando menires e devem ser conversa com os pais que pra ganhar x se trabalha muito e deve-se então valorizar o salário ganho. Aqui em casa sempre expliquei não posso comprar agora , só mês que vem, mas a Alice é como a Maria quer moedas e trocadilhos então sempre dou pra comprar geladinho ou pipoca na escola, a avó dá pra balinga etc… Já aerumei um cofre nlpra ela, mas ainda não consegue guardar, guarda e nem vejo gasta, aqui como todo quanto é lugar vende doce, quando percebi com as amigas já dividiu o valor em pirulitos. Ela sempre fala em mesada tbm , mas como sei como é dou valores menores senão a formiga já viu né? No entanto percebo que também guarda o dinheiro para comprar lápis, borrachas que adora, mesmo tendo, ou esmaltes que é fissurada, uma vez outra deixo , e vamos educando, s que seja fácil
Teresinha Nolasco
mar 02, 2016 @ 13:07:31
Amiga, educar financeiramente não é tarefa fácil. Elas tem suas vontades seja pra um docinho ou brinquedo e é preciso educar muito e dizer não muitas vezes. Acredito que cada um tem sua maneira de ensinar a educação financeira e seja de que jeito for, sempre conversando, é válido.
Uma sugestão para o cofrinho é daqueles que só quebrando é que pode-se tirar o dinheiro. Assim Alice conterá a vontade de gastar e aprenderá a economizar mais.
Vamos tentando não é mesmo? Beijos doces! Obrigada!
Nanda
mar 02, 2016 @ 13:39:02
Tê também faço assim com a Isa quando ela quer algo que vale a pena ser comprado
e ainda não tem o dinheiro eu dou e ela me repõe, algumas vezes eu deixo pra lá,
mais faço ela guardar o dinheiro no cofre, mas são poucas vezes que faço rs
acredito que assim criamos nos filhos responsabilidades,
Aqui começamos com 06 anos e pretendo fazer o mesmo com a Gabi
bjs
Renata
mar 02, 2016 @ 14:35:17
Ei Teresinha e Maria!
Saudade de vocês.
Até viemos aqui conferir se a casa estava “fechada” mesmo ou se nós que não havíamos chamado bem! rs
Que bom que voltaram!
E com um tema que muito nos interessa continuar aprendendo, aprimorando, e seguindo sempre o lado certo.
Laura ainda tem o cofre, um cupcake lindinho!! Nele ela junta moedas por um ano, tempo aproximado para ele encher.
Nele cabe mais ou menos 100,00 em moedas. No ano passado, ela incrementou um pouco mais a comemoração do aniversário com a abertura do cofre. Este ano ele já está cheio novamente. Ela já falou em comprar várias coisas, mas não se decidiu ainda.
Ela tem muito o que aprender e nós muito o que ensinar. Pois, assim como Maria quis comprar um rádio, Laura tem umas ideias “maluquinhas”, ou então ela expressa o desejo de ajudar todo mundo. Quer ofertar na Igreja, quer ajudar quem precisa de comida, quer presentear família e amigos etc. Enfim, é muito desejo para pouco dinheiro.
Com vocês, vamos aprendendo e crescendo também.
Beijo!
Renata e Laura
Cristiane
mar 02, 2016 @ 15:31:19
Ameiiiiii!!!
Amiga me elucidou muitas coisas. Acho super importante ensinarmos os nossos pequenos os valores das coisas, o custo, o quanto se trabalha para poder receber… economizar… enfim.
Achei a idade que começou com a Maria perfeita, e como Joseph ainda é muito pequeno posso à partir dos 5 anos adotar o cofrinho. Que será o ponto de partida nessas questões financeiras.
Obrigada! Amei demais, bjs
Juliana
mar 03, 2016 @ 14:25:31
Oi Te, tudo bem.
Amei seu post. Um assunto que entra mais cedo ou mais tarde na vida das crianças, e quando no ensino fundamental é mais fácil administrar o assunto, porque eles já sabem fazer contas, ver e entender se o dinheiro dá ou não para comprar…
E essa questão de auxiliar e interferir em alguns momentos, é importante também, porque só assim a gente ajuda as crianças a entenderem a necessidade, a vontade desenfreada de apenas consumir sem realmente acrescentar…
E também acho muito importante deixar consumir as miudezas, que desejam né, acho que faz parte e é gostoso desejar e comprar seus pequenos desejos…
E a questão de vcs pagarem e a Maria depois repor o dinheiro, acho legal vocês usarem os termos técnicos, como a palavra empréstimo… Nesse caso não tem juros (rs), mas de certa forma é um empréstimo, uma negociação, etc…
Amei as dicas, amiga.
Bjs grande.
Já estava com saudade de passar por aqui….
Ju
Carmem
mar 06, 2016 @ 14:54:34
Olá, Maria e mamã =)
Tema super-interessante que vocês trazem!
Educar as crianças nesse tópico financeiro: ensinar controle e tudo que isso implica, é cada vez mais complicado. É preciso muita intuição de quem educa, porque embora o assunto seja linear, a sociedade com seus atractivos e neuroses consumistas remam contra os pais/educadores. É tarefa árdua, nem tanto agora, que ainda estão descobrindo o mundo e o valor das coisas, mas mais adiante… quando já tiver uma outra “visão” do que a rodeia e lhe “pisca o olho” e tiver outro tipo de ambições kkkkk
muito bom 😉
bjns mil
Gracita
mar 06, 2016 @ 18:27:42
Querida Teresinha
Só mais tarde é que percebi que o link estava errado
É este aqui minha flor. http://sonhossepoesia.blogspot.com.br/2016/03/premio-dardos-distincao-ao-blog.html
E diga para a Maria que o selo é para o bloguxo dela também
Um bom final de domingo
Beijos
Ana Paula
mar 09, 2016 @ 23:22:41
Com meu filho mais velho, 13 anos, já estou num momento de dar-lhe uma quantia um pouco maior para que custeie seus calçados e roupas. Na verdade, nosso intuito é que aprenda a comprar esses itens, pesquisar preços, lojas, entrar, perguntar, experimentar. Coisas para ele exige muita paciência!
E também como já vestindo e calçando quase adulto, os valores são mais elevados. Um tênis por exemplo.
Não quero que ele peça ou nós pais vejamos que ele está precisando e simplesmente chega-se em casa com um novo par. Como é caro, exige-se que pesquise e economize por alguns meses até conseguir compra-lo. Tem funcionado.
Beijo!