– Vamos “Pular Maré”? 
Assim eu começava uma das brincadeiras que mais me dava satisfação quando criança. Era assim que eu conhecia e chamava em minha infância a Amarelinha. 
Pegar o giz ou a pedra que risca, traçar os quadrados que queria perfeitos, ovalar o tão desejado céu, fazer fila para pular: era tudo muito esperado! 
Engraçado que a minha recordação foi sempre brincando em minha casa. O passeio do quintal era o palco dessa diversão.
1, 2, 3 quadros. Pula de um pé, cai com dois. Todos queriam chegar até o céu. Mas no fundo, bem no fundo, a alegria estava em reunir as amigas e passar momentos “eternos” naquela brincadeira que trazia toda a magia e beleza da infância.
Pular Maré ou Amarelinha! Não importa! 
Essenciais foram os momentos eternizados ali, buscando de quadro em quadro não apenas a expectativa do céu, mas o perene aprendizado, a vivaz amizade, o passar do tempo com uma brincadeira  desprendida e feliz.
E a distração do momento não nos deixava atentar, que um dia tudo ficaria apenas na lembrança. 
Não sabíamos. Mas poderia também, o destino, de forma gentil e cortês, reavivar essas lembranças de uma forma mais real e simples: nos “pés” de nossos filhos…
imagem daqui

Amarelinha (buscando o céu)
  La atrás no meu quintal,
com uns números e linhas,
1,2,3,4,5 e tal,
a brincadeira? Amarelinha!
as amigas todas postas,
antes do número um,
xi, errei assim de costas,
começar sem mal nenhum…
desistir não era regra,
e avante eu prosseguia,
pego logo aquela pedra,
continuo a euforia!
6,7,8,9 e dez,
eu cheguei, não acredito!
sem travas ou timidez,
as três letras logo fito!
era o céu que eu buscava,
o azul ou infinito,
um quintal, amigos, sonhos…
paraíso tão bonito!
(Minha autoria – * Teresinha Nolasco)

Recordando, Aprendendo e Brincando 2-  Blogagem Coletiva quinzenal. 
Projeto idealizado por Cristiane Philene do Joseph Blog  e Jamilly Lima do Mãe para Sempre.
“É o Bolhinhas escrevendo para resgatar por palavras as eternas brincadeiras de infância”