Em tom de brincadeira e ajuda, foram essas as palavras que papai Cris inventou e pronunciava cada vez que ele “servia” literalmente a mim e Maria nos momentos de necessidade, querendo mostrar que ele não era mãe, não dava de mamá, não pariu Maria, mas também “servia”.

Foi assim sempre. 

Quando nos casamos já pude perceber seu jeito prestativo. Maria nasceu e os cuidados continuaram divididos para mãe e filha.

Sempre solícito, amigo, companheiro, dividindo os serviços de casa da maneira e com o tempo que ele podia dispor.

Se tratando de Maria, a primeira fralda trocada ainda na maternidade foi dele. Marinheiro de primeira viagem, com muita astúcia, deixou a pequenina recém-chegada limpa e arrumadinha. 
Em casa os cuidados não pararam. 


 Quanta ajuda nos banhos, quanto embalo nos momentos que Maria não queria dormir. D.Maricotinha, chorando de madrugada, chegava até a mamãe para mamar levada pelas mãos prestativas do papai.
E esse companheiro incansável, inúmeras vezes adormeceu junto com ela em seus braços.

Muita ajuda, muito cuidado conosco!

“Eu sirvo!”
Várias vezes ouvi isso. Achava graça do jeito que ele falava e ao mesmo tempo reconhecia.
Hoje ele ainda serve, e serve muito. Já não precisa mais trocar fralda nem colocar Maria para mamar, ou tão pouco fazer sua higiene num trocador, até mesmo direcioná-la ao peniquinho ou limpar o chão que a senhorinha sujou, por não ter tido tempo de correr para seu troninho. Ela não precisa mais disso.
                                                                                                                       
Mas precisa sim, do papai ao lado dela todos os dias rezando, abençoando, contando historinhas como faz em várias noites revezando com a mamãe.
 
Precisa dele sim, batendo sua vitamina de manhã enquanto mamãe termina o café.
Da sua supervisão no banho nos momentos de preguiça ou enrolação. E são tantos…
Do seu colinho, na hora dos joguinhos no computador nas tardes de sábado e domingo que só tem graça com ele.
Das idas à escola, dos “programinhas chatos” no sofá aberto, de apresentar seus besouros e fazê-la gostar da natureza.

Você “serve” sim papai. Mais do que tudo isso..                                                                                                                                                                               

Serve na hora da bronca precisa, da sua palavra de ensinamento, da sua educação, do carinho, das brincadeiras, da sua preocupação em demasia, da atenção, amor, da emoção por ver a senhorinha crescendo.
Serviu ontem, serve hoje e servirá sempre. Por um motivo simples:

O amor de pai é eterno! 
E esse amor cuidadoso se eterniza em todo e qualquer gesto de partilha, ternura e doação… 
    

                                                                                                                   

                   
                                 

** Texto publicado também no blog Mamães em Rede