Era dia de visita ao lar dos velhinhos aqui da cidade. A escola marcou com os alunos e Maria já começou a falar e fazer planos.
Descobriu que algumas idosas eram vaidosas, outra gostava de desenhar e colorir.

E claro, pra Maria essa visita não poderia ser diferente. Fomos para ao supermercado à pedido dela e foi ela feliz em frente às prateleiras pensando neles.

A entrada ao lar era um litro de leite. Estão sempre precisando de ajuda. Mas Maria que não se contenta e adora presentear, comprou folhas para desenho, lapis de cor e esmalte.

Não contente por inteira, correu para sua mesinha antes da visita e se apressou em fazer um desenho.

– Quero escrever: “Adoro vocês”

Ela não sabia quem ela ia entregar. Sugeri que entregasse à coordenadora, pois ficaria como um presente para todos.
Pra ficar mais especial, coloquei em um porta retrato. Achamos também cadernos de colorir e separamos. E foi Maria com seus presentes, ansiosa por ver os velhinhos.

Contou do sr.Francisco que contava piadas e charadas e era o que mais conversava. Contou da senhorinha que tinha bonecas na cama, de outra que tinha no nariz um respirador e não estava disposta a conversar, de outra que parecia mais jovem, da que ela entregou os esmaltes e outros que por la passeavam nos corredores. Na ala dos “meninos” como chamou Maria, estavam todos quietos, pareciam dormir. Ela diz que são mais desanimados. 😉

E o desenho, o lápis de cor, os papeis e os cadernos de colorir?
Era pra Ana Maria. ♥ E acabou entregando a ela mesma.
Todos a visitaram. Colocaram música pra ela que cantou, deram presentes , abraçaram. Maria entregou e disse que Ana Maria ficou muito feliz e elogiou o desenho dela.

Foi uma alegria essa visita!

– A alma da gente fica feliz quando a gente os visita não é filha?

Ela concordou!

São três turmas de 7º ano. Eram dois dias de visita de acordo com a possibilidade dos alunos irem. Maria voltou tão entusiasmada e feliz que queria ir no outro dia junto com os demais alunos.

Mas era dia de aula de inglês da Maricota!

– Mamãe, posso faltar, gostaria muito de ir la novamente e não tive uma falta de inglês esse ano.

Conversamos com papai que a princípio ficou relutante quanto a perder a aula, mas depois de alguma meditação sobre tudo, analisamos e chegamos a um consenso que um dia de aula de inglês não iria ser definitivo para que ela fosse uma grande aluna, mas o entusiasmo pela visita, pelo amor e carinho que Maria queria dedicar aos idosos, aquele momento especial, esse sim, iria fazer diferença nessa fase tão importante do seu crescimento.
Amor, generosidade, doação, aprendizado e claro, aquela alegria no peito que não se explica.

Maria foi muito feliz! E a recompensa foi ver o sr.Francisco que contou mais prosa e a Ana Maria, que guardava com carinho seu desenho no cantinho da cama!

Por Teresinha Nolasco, mãe da Maria