Estou sempre dizendo que só entendemos o que realmente é ser Mãe, em toda extensão da palavra, depois de nos tornarmos mãe também. Claro que antes imaginamos, conhecemos mães, convivemos, mas só sentimos de fato quando vivenciamos esse estágio chamado: Maternidade!

Assim foi comigo em relação à minha Rainha, assim com certeza foi ela em relação à minha avó e assim será Maria um dia se quiser e tiver a oportunidade sagrada de ser mãe.
As delícias e as dores da maternidade não são totalmente entendidas antes de tomarmos em nossos braços, aquele ser tão pequeno chamado filho! A partir daí, um turbilhão de sentimentos traduzidos em alegrias, culpas, aprendizados, preocupações, apertos, euforia, orgulho, força, contemplação, Amor, muito amor, tocam a alma dessa mulher especial! Resumindo tudo isso, agora há um coração batendo fora do peito…

Quando partimos de casa e vamos buscar outros caminhos, entendemos mais uma vez o que uma mãe pode ter sentido ao ver seu rebento indo embora. É a sensação (que me dá arrepios) do ninho vazio. Toda uma vida, troca e emoções são acalmadas, silenciadas e o sentimento imagino, é de um buraco no peito.

Mas é inevitável. Assim é a vida, assim criamos os filhos, pra amar e um dia crescerem felizes para trilharem seu caminho.

Eu que sou apaixonada por plantas, acompanhei aqui em casa um cacto com quatro brotinhos ao seu redor. Chamava de família de cactos. A mãe e seus quatro filhos. E os pais me entendam,  claro que vocês são peça importante no seio familiar, não resta dúvida, mas olhando essa plantinha me traduzi ali como a mãe e os filhotes na barra de sua saia. Maria que também aprendeu a gostar de plantinhas, ficava admirada com a família.

– own que fofura!!!

Uma mãe e seus quatro filhos

E os filhotinhos foram crescendo, sempre ao redor da mamãe cacto. Hoje , já bem crescidos, senti que estavam se soltando da terra, todos eles.
Arranquei um por um e os coloquei em outro vasinho para crescerem em outro lugar. Queria vê-los dando continuidade à vida!

Os filhos cresceram

Mostrei pra Maria!

– Olha filha, a família de cactos se separou.
– Ahh que dó, a mãe ficou sozinha!
– Sim, é assim que acontece um dia, os filhos saem de casa e a mãe fica sozinha!

Sei que fui um pouco dramática. Sei que não é regra. Nem sempre os filhos saem e nem sempre a mãe fica sozinha. Mas uma vez mais, foi o “ser mãe” que aflorou. O que quis dizer e mostrei pra Maria, é que essa é a realidade do caminhar da vida. A maternidade acolhe, cuida, ama e um dia sabe que os filhos se desprendem da terra que os mantiveram firmes durante uma vida inteira.

Uma mãe que deixou seus filhos partirem pra viverem suas vidas

Como esses cactos, os filhos também terão sua nova moradia. Aconchegados em outros espaços, outros conhecimentos, outras convivências, mas as raízes estão fincadas ali perto da família. Não mais fisicamente, mas emocionalmente. Uma raiz de valores passados durante toda essa caminhada, raízes de ensinamentos e aprendizados constantes, raízes de amor infindo que jamais são arrancados de terra nenhuma…

E os filhinhos cactos se acomodaram ali em sua nova moradia

E uma mãe que ontem teve seus filhos na barra da sua saia, hoje espera um regresso com amor, com o coração aberto, com o entusiasmo de vê-los crescidos, fortes e felizes!

Por Teresinha Nolasco, Mãe da Maria

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