Educação é falar não na hora certa! Ou a hora que julgamos ser a mais acertada. O limite é chamado também de amor: ele ensina e mostra uma outra direção para os conflitos infantis.
Por aqui, o não para muitas coisas é corriqueiro. O sim também tem seu lugar de valor merecido. E o meio termo chega para apaziguar o que poderia vir a ser um não.
Eu gosto do meio termo quando é preciso falar não. Os dois lados são ouvidos com ponderação. A mamãe sai tranquila e a criança feliz. Mas valorizo muito os nãos que precisam ser ditos no momento oportuno.
Por gostar da flexibilidade, do pode ser dessa forma para os apelos da Senhorinha, procuro sempre usá-lo. Apesar de também ter seus momentos flexíveis, papai se mostra muitas vezes mais firme em algumas ocasiões e vai à frente com o “não”. Mamãe já pensa no “talvez” de outras formas. Mãe é assim. Quer sempre arrumar um jeitinho de agradar e não ver o filho triste. Mas entendo também que a frustração faz parte da boa educação. Nada é perfeito e no jeitinho “mamãe de ser” contornamos tudo.
Domingo passado, Maria desejou tomar sorvete. Saímos, almoçamos e como é de praxe para os fins de semana vem a sobremesa. Mas ela esqueceu do seu sorvete tão esperado e saboreou um chocolate.
Esquecer algo que pra ela foi uma combinação, não é sinônimo de tranquilidade. Ela é preto no branco, combinou tem que cumprir.

Em casa ela se lembra do combinado. Havíamos acabado de chegar da rua. Para se comprar algo existe um limite de um morro até nossa casa. Nada então de saídas de novo. 

Depois de um começo de estresse e choros vindo, mamãe entra com seu meio termo e se desdobra para agradar. Nem sim para descer até a sorveteria, nem não para ficar sem o sorvete. 
– Vamos pegar uma receita na internet? Vejamos o que temos em casa pra tentar um sorvete.
Receita e ingredientes à mão, vai mamãe tentar o sorvete. A espera para gelar é de pelo menos uma hora e meia. Uma espera longa para a pequena que queria seu geladinho na hora. Mas a forma encontrada foi essa, é preciso saber esperar.
O coração de mãe muitas vezes fala mais alto e amolece. Enxerga além de um duro não quando pode ser talvez
Sabemos que muitas vezes o inevitável choro por causa de um não é importante e necessário para o desenvolvimento saudável de nossos pequenos. E esse não virá diversas vezes na vida de Maria. Ela não terá tudo a toda hora que desejar. E a vida lá fora será de muitos nãos. É preciso aprender agora. 
Mas a vida também é feita de flexibilidades e isso também ajuda a entender que podemos ser maleáveis com as situações que nos cercam. É aprendizado também.
Além disso, perder a oportunidade de trabalharmos juntas para um delicioso sorvete e ver seu rostinho feliz e agradecido, com muitos “obrigada” e beijos, não tem preço! 
Me desdobro! 🙂
Com supervisão, Maria devagar vai aprendendo a mexer no fogão!
Receitinha do nosso sorvete caseiro vindo da internet:
Ingredientes:
1 lata de leite condensado
1 lata de leite
3 ovos
1 lata de creme de leite
4 colheres de sopa de açúcar
Para o creme:
Separamos a clara e a gema
Levamos no fogo, a gema, o leite e o leite condensado e misturamos até virar um creme

Reservamos o creme para esfriar.

Para o Chantilly:
Batemos a clara até ficar em neve
Colocamos o açúcar e batemos novamente
Misturamos o creme de leite sem bater
Juntamos o creme reservado com o chantilly e colocamos em forminhas no congelador.
** Ele fica bem firme. Mas quando partimos sentimos a maciez do sorvete. Para consumir é mais interessante tirar uns minutos antes pra ficar mais cremoso! Delicia!
Ah um detalhe. Fizemos com leite condensado de soja. Um sabor especial!