Liberdade e autonomia se misturam, pelo menos na cabeça de uma mãe que tem que mantê-la firme no lugar a todo minuto pra perceber a hora certa de “soltar os filhos” ou lhes dar pouco a pouco a tão necessária autonomia.
É preciso ter lucidez, tato e delicadeza pra não exagerarmos nessa soltura ou não guardarmos demais os cuidados, tapando os olhos nesse processo tão desafiador e inevitável que é vê-los crescer e se desprenderem da gente!
Lavar os cabelos sem a ajuda da mãe, escolher uma roupa, não buscar mais na porta da escola, ir no cinema sozinha com os amigos, querer estar sozinha no quarto, conversar com aquela pessoa especial sem nossa participação!
É gratificante e bonito ver o desabrochar dos filhos. É motivo de alegria ver seus interesses individuais pelas pessoas, pelas músicas, pelo programa que é o preferido!
Mas confesso que se tratando de desenvolvimento, em todo esse tempo como mãe, “soltar” tem sido a tarefa mais árdua e desafiadora pra mim. É o passo a passo que vai acontecendo à medida que chegam os pedidos e as urgências, nos “obrigando” a dar mais um pouco de autonomia.
Mas tudo nos traz mais conforto se os filhos amadurecem para tal coisa e para amadurecer é preciso ao mesmo tempo ir devagar atendendo aos apelos, demonstrar confiança e deixar que se resolvam em determinadas atitudes.
Muitas vezes me sinto despreparada para os desafios que chegam, por exemplo pensar em Maria sozinha pelas ruas é motivo de preocupação. Muitas amigas já se aventuram sozinhas desde os 9, 10 anos de idade, quando nem passava pela nossa cabeça tal decisão. A maioria dos pais está no mercado de trabalho e precisa dar essa autonomia e confiança, outros confiam cegamente.
Moramos no interior e em teoria é tudo muito mais prático e simples para os filhos que crescem e querem andar e sair sozinhos com os amigos. Moramos não tão longe da escola, da igreja, supermercado, inglês, atividade física e fazemos tudo a pé!
Mas eu e Cris sempre fomos mais cautelosos em tudo e graças a Deus pensamos igual quanto a essa questão, aliás, ele é ainda “mais chato” que eu e se temos a oportunidade, por que não estarmos junto dela e auxiliá-la? Afinal um dia isso não será constância!
Ter um pouco (ou muito) de cuidado, é melhor do que não ter e arriscar-se desnecessariamente!
Quando há um pedido da Maria para sair sozinha com as colegas, dormir na casa de alguém, pedir que eu a busque um pouco mais afastada da escola, tudo é analisado e conversado juntos e claro é dado a autonomia a partir de sua maturidade!
Maria conhece nossa cautela e claro já teve alguns Nãos como resposta, embora no primeiro momento ressentidos, porque tudo que os filhos querem é que suas propostas sejam compreendidas e não analisadas. Mas depois de tudo passado, deu-nos razão. De qualquer forma ela sabe que pode ter uma tarde com as amigas passeando pela cidade ou na casa delas. Já tem a maturidade de ficar em casa quando precisamos sair para alguma necessidade. Quantas vezes dormiu na casa de amigas!!
Ainda a busco em sua volta da escola e não mais na porta da escola. O pedido de afastamento para vir sozinha com as amigas foi atendido já há algum tempo. Além de gostar desse momento junto com elas, Maria quis ter autonomia e liberdade para fazer isso.
Fomos acostumados os três a fazer tudo juntos. Afinal, caímos naquela mesma história de não morarmos perto de parentes para que Maria tivesse outras convivências.
Se é coisa de pais de filho único eu não posso dizer. Mas imagino que quando se tem mais de um filho, surgem as necessidades de uma autonomia maior e talvez até mais precoce.
De qualquer forma, filhos são nossas joias raras. Seja com um ou com 4 (né Chica?), a preocupação e cuidados são os mesmos, talvez o que mude é a forma de amadurecer e aceitar certas decisões pela necessidade da demanda.
Me lembro um dia quando meu tio Francisco, irmão do meu pai fez um comentário em uma publicação na página do Bolhinhas. O tema, pelo que me lembro, era afogamento de crianças em piscinas e geralmente isso acontecia quando não tinham os pais por perto. Então ele me disse: “Sabe por que nunca aconteceu nada com meus filhos?” Porque nunca tirei os olhos deles!
Isso ficou bem guardado no meu coração! E muitas vezes me lembrando disso tive força, quando me senti acuada diante de um pedido dela ou pressionada por um pedido externo que não correspondia às nossas condutas.
Não tirar os olhos quando ainda crianças precisam da nossa presença física.
Não tirar os olhos quando ainda estão crescendo e precisam compreender que tudo tem a hora certa de acontecer…
São nossos tesouros mais preciosos. Saem do “seu estado bruto”, para serem cuidadosamente lapidados e só assim expostos quando estão prontos para enfeitar a vida com seu brilho próprio.
De mais a mais é tão prazeroso estar com ela em tantos momentos. É prazeroso vê-la feliz por estar fazendo um programa junto com a gente!
O crescimento chega como um passe de mágica e a tão necessária autonomia chega naturalmente pra eles!
O melhor a fazer? Aproveitar bastante esse tempo sem culpa, em que , aqui por exemplo, andamos de braços dados pelas ruas!
Com muito prazer, alegria e leveza!
Por Teresinha Nolasco, Mãe da Maria
A interação é parte importante na Blogagem Coletiva! Conheçam também a história de outras mamães. Todas tem muito a acrescentar!
♥ Chica – Chica Escreve por Aí
♥ Renata Diniz – Diário de Alegria
♥ Ju Pelizari – Mãe sem Fronteiras
Queridas Mamães, Atenção!
Nossa próxima postagem será dia 20 de Maio – Sempre na terceira quarta feira do mês!
O Tema Será:
A Simplicidade do Perdão na Maternidade!
Sugestões:
* Errar faz parte da maternidade! Não há mal em se desculpar.
* É honesto mostrar ao filho que você também erra.
* A importância de perdoar e pedir perdão.
* A importância de conversar sobre o pedido de desculpas.
* Perdoar e seguir em frente.
* Perdoar e pedir perdão é criar cumplicidade.
* Permita a graça de perdoar seu filho , Permita a graça pedir perdão.
* Perdoar e pedir perdão: Exemplo para toda a vida!
Sintam-se a vontade para abrirem o leque para essa discussão, além das sugestões acima.
A Casa da Vizinha está aberta para sugestões de Temas! Obrigada!
Até lá! 🙂
Como funciona a BC (Blogagem Coletiva)♥ Na terceira quarta feira de cada mês, faça uma postagem no seu blog sobre o tema proposto, com o mesmo título da BC no seu texto. Lembre de mencionar que faz parte do Projeto: Na Casa Da Vizinha – Blogagem Coletiva uma iniciativa de Cris Philene e Tê Nolasco,
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chica
abr 15, 2020 @ 07:18:44
Te entendo muito bem! Soltar ou segurar? Em tudo o equilíbrio, mas até que esse chegue(????) nosso coração fica aos cacos..Palpita, um sufoco! Adorei ver que buscas Maria no colégio, ainda que apenas vás de encontro … Kiko ainda acompanha Neno no colégio, pois ele vai caminhar na mesma hora e assim ,vão os dois juntos sempre que dá e isso é tri legal e tranquilo..Mas nas festas, devem POR FORÇA, sozinhos ir, aproveitar! Assim, soltar pouco a pouco e ver a felicidade deles ao “voar”… Adorei! beijos, tudo de bom,chica
chica
abr 15, 2020 @ 08:06:35
Tê, vi que falaste no teu texto e respondo… Não importa se um ou 4, basta o fato de sermos pais e mães,rs…Já chega pra tremermos nas bases! bjs
Renata
abr 15, 2020 @ 07:57:21
Bom dia, Teresinha e Maria!
Linda Maria sorrindo na praça com liberdade!
Autonomia tem haver com maturidade, que por sua vez, relaciona-se com a paciência de reconhecer e saber a hora de agir em cada situação.
Laura e eu tínhamos também um ponto de encontro próximo à escola a algum tempo.
Beijo!!
Re e Laura
cris
abr 15, 2020 @ 12:14:08
Oi amiga…
Convivemos com a autonomia, desde muito cedo… as primeiras indenpedências dos nossos filhos são festejadas e celebradas… conforme eles vão crescendo e querendo mais liberdade… bate o medo, receio e preocupação.
Eu concordo com vc que precisamos ponderar sempre em cada pedido dos nossos filhos por mais liberdade, mas, eu também me coloco no lugar e penso deles… e penso que não podemos sufocá-los.
A maternidade e educação deles nos faz transmitir valores, cuidados, direitos e que são postos a prova nessa justamente nesse momento que requerem por liberdade.
Acredito no equilíbrio… no estar de olho, ainda que não seja assim tão perto…
Eles definitivamente crescem muito rápido, muito mais do que nós estamos preparadas pra deixá-los voar.
Amei as fotos e nossa prosa,
bjs, Cris
ana paula
abr 15, 2020 @ 20:56:05
Não há regras, receitas, o “certo”, a gente vai aprendendo no caminhar!
Há as liberdades que são esperadas e preparadas por nós e outras chegam por pedidos inesperados e pedem urgência em nossos corações!
Que maravilhoso que você e seu marido são alinhados nessas decisões. Tudo fica mais difícil se não há essa consonância.
O mundo hoje está tão diferente do que foi na nossa infância e isso traz muita influência na nossa maneira de conduzir essa autonomia.
Não é simples, mas é uma imensa alegria vê-los conquistando pouco a pouco essa independência!
Que nossos coração seja inundado pelo sorriso, pela alegria de nossos filhos e assim fica um pouquinho mais fácil esse nosso soltar!
Adorei participar; sempre saio aprimorada com toda essa interação! Obrigada e beijos!
Juliana Pelizzari Rossini
abr 16, 2020 @ 13:04:43
Ai amiga, um assunto que dá para para manga, não é mesmo…
Sou muito adepta das frases que peguei na sua própria postagem, da cautela que vocês tem:
-Ele é ainda “mais chato” que eu e se temos a oportunidade, por que não estarmos junto dela e auxiliá-la? Afinal um dia isso não será constância!
-Ter um pouco (ou muito) de cuidado, é melhor do que não ter e arriscar-se desnecessariamente!
Amiga, sinto que não é fácil, mas confirmo e percebo que vocês estão no caminho certo, que é analisar cada pedido que chega, e não apenas jogar todos os pedidos dentro do saco chamado NÃO.
E Maria é uma menina adorável, que está percebendo o quanto os pais estão sendo amorosos e sábios, quando a resposta é Não, porque está sendo sensata em dar o retorno para vocês, dizendo que vocês tinham razão.
-Mas depois de tudo passado, deu-nos razão.
Amiga, continue nessa caminhada de amor, avaliando os pedidos com carinho e sintonia de mãe, sintonia do amor e responsabilidade, alinhada com Deus.
Cuidar, educar e proteger a inocência dos filhos é uma missão árdua, mas vale a pena, porque oferecemos um futuro menos dolorido, com menos arrependimento, menos euforias…
Tê, vocês estão no caminho certo. Que Deus abençoe e continue iluminando a mente de vocês como pais, e da Maria, colocando pessoas do bem em seus caminhos.
Não é fácil amiga, mas com Deus a vitória é certa.
Quando lembro da minha infância, é como se eu estivesse na cova dos leões, e Deus me guardou, me protegeu… Mas isso só pode confirmar e falar, após ter que cuidar das feridas abertas… Foi difícil cicatrizar, mas com Deus é assim, até o que era para ser ruim, passa a ser vitória…
Continue assim, se fortaleça sempre em Deus, que tudo vai sempre caminhar para o bem.
Gratidão sempre, por sua amizade.
Beijinhos doces,
Ju
Juliana Pelizzari Rossini
abr 16, 2020 @ 16:28:46
Amiga, voltei para complementar…rs
Que palavra simples, óbvias, mas muito sábia do seu tio, que comentou tempos atrás, em outras postagens… É exatamente isso, não podemos tirar os olhos dos filhos! Penso assim também, principalmente enquanto não tem conhecimento dos perigos, maldades, malícias, etc…
E é como você disse e eu penso também, filhos são tesouros, pedra bruta que vamos lapidar com amor, paciência em tempos de pressão, e muita sabedoria para conduzir…
Vamos aproveitando cada momento juntos, dando espaço quando comprovado a maturidade para tal acontecimento ou evento, enfim, com sabedoria vamos dosando as demandas que chegam…
Lindas fotos, e vamos seguindo nessa confiança de um cuidar sábio…
Beijinhos,
Ju
Toninho
abr 16, 2020 @ 20:17:11
Olá Tê, este tema é quase uma casca de banana mesmo. O coração ainda ali fala mais alto e esta autonomia nem sempre é assimilada. Gostei do pensamento do tio Chico, pois é assim, que se deve processar, um olho sempre atento, ainda mais com a máxima de que uma criança cega a gente. Hoje comecei pela Ju nesta bela BC e vi a mesma preocupação e situação incômoda no soltar, dar asas. Normal neste mundo que vivemos, bem diferente daquele vivido lá atrás, ainda que morando num interior deste grande país. Ter a compreensão dos filhos sobre esta liberação é sempre mais saudável, como os pais captarem a hora de uma liberação, mesmo que sempre vigiada. Pelo que acompanho da Maricota ao longo deste bons anos, creio que vocês terão uma boa relação neste quesito e assim este aperto no coração será mais leve. Somos seres um tanto quanto apegados e isso não é só para coisas, passamos para os filhos uma certa carga deste apego. Mas como bem disse a coisa entra num processo e vai se desfiando a linha deste novelo e tudo vai ficar bem, a Maricota saberá dar cada passo no momento certo.
Beijo para ela.
Belos depoimentos com sinceridade sempre nesta BC que li a primeira e faço questão de acompanhar estes meus sobrinhos e sobrinhas da blogosfera, cada dia mais lindos e educados no caminho certo.
Um bom fim de semana para vocês,neste isolamento mas com muito amor na família.
Beijos procês.
Roselia Bezerra
maio 02, 2020 @ 21:01:04
Boa noite de esperança, querida amiga Te e Maria!
Um post cheio de sabedoria, muito bem escrito e só nunca participei porque me sinto fora do contexto das mamães aqui bem jovens…🤩.
Tem a Chica que ainda está na linha de frente com neto/filho… Netinha/semifilha🥰… Eu não tenho mais ninguém assim nesta opção de maternidade.
Se puder, gostaria de abordar o próximo tema ou seja, participar desta etapa do perdão em relação aos filhos. Se for possível, aguardo um retorno e digo que ficarei muito feliz. Já tenho por hábito ler as participantes.
Para mim não foi facil soltar a menina, ela foi pedida em namoro aos 12 anos… Calma! Era um menino muito bom e lugar pequeno onde todos se conhecia e tinha 15 anos. Ela era alta e parecia que tinha muito mais. Inclusive tive que me posicionar quanto ao irmao mais velho, 14 anos que ficou apavorado. Deus me pôs as palavras certas: ela não vai namorar como você e sim de acordo com a idade dela . Foram muito felizes até ele falecer de acidente de moto e depois, ela namorou meu genro que conheceu na faculdade e está casada há 14 anos no dia de hoje.
Bem, autonomia que lhe dei não foi por ser uma mãe maravilhosa ou melhor do que nenhuma outra, mas sim porque eu não queria que ela passasse pelo que passei, sem nenhuma liberdade e sem autonomia alguma até os 18 anos.
Querida, que tudo dê certo no afrouxar da Maria!
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Francisco de Assis
abr 19, 2020 @ 17:27:48
Teresinha, muito normais e justas suas preocupações com sua Maria.Quando eu lhe falei de ter os olhos sempre atentos com nossos filhos ,Maria era ainda criancinha, naquela fase em que a criança está descobrindo o mundo e cheia de curiosidade para tudo. Se não ficarmos de olho ela pode se queimar numa brasa, levar um choque na tomada ou até pular numa piscina e se afogar .Tudo é pura curiosidade e aprendizado mas precisamos estar de olho,claro. Depois vêm outras fases com atitudes diferentes da parte dos pais Já não se trata mais de criancinhas mas de alguém que está na pré ou na adolescência e aí os questionamentos devem ser resolvidos com diálogo por que já se trata de alguém que não é mais criancinha e os nãos já podem ser discutidos num outro nível. Cada fase como você sabe tem sua beleza e suas alegrias. Ir soltando aos poucos , sem liberar de uma vez mas também sem refrear demais .aqui entra o bom senso e a prudência que todo pai e toda mãe deve ter até mesmo porque já foram, um dia, adolescentes e sabem como é que gostavam ou teriam gostado de ser tratados. A vida é assim :um aprendizado constante,um ir e vir , um acerto aqui, um erro ali ,mas com reta intenção , prudência e bom senso os pais crescem junto com os filhos. Neste aspecto nossos melhores professores são nossos filhos. Um beijo Teresinha. Só uma boa mãe, preocupada em fazer o melhor tem preocupações como as suas.