Segunda-feira, indo pra casa, virei em uma esquina onde estava uma mãe, uma outra mulher conversando e uma menininha de aproximadamente 3 anos, sentadinha na porta de uma farmácia. No momento exato que passava, vi a mãe repreendendo a criança:
– Não faça assim!
Tudo bem se tivesse parado nisso. Mas junto com a repreensão verbal, veio um tapa no seu bracinho que estalou no meu coração e com certeza nos sentimentos dessa menininha que imediatamente chorou.
A criança não estava correndo, não estava gritando, nem derramando nada no chão ou na roupa, mas com certeza fez algo que desagradou essa mãe que em sua ignorância lhe “corrigiu” com violência. Violência sim! Uma criança nessa idade não sabe se proteger de um tapa. Imagine se soubesse e tivesse a mesma atitude com essa mãe? Seria violência de um lado e do outro.
Sei que não me dizia respeito a situação, mas compaixão e um sentimento de impotência e certa revolta, tomaram conta de mim. Olhei para trás repreendendo também a atitude, mas pouco importou para eles. Talvez se essa mãe estivesse no momento mais atenciosa em relação aos apelos da filha, não teria ficado zangada a ponto de dar-lhe um tapa. Se é assim na rua, não quero imaginar em casa.
Fui embora com meu coração despedaçado e vou cada vez que vejo pelas ruas atitudes como essa e não posso fazer nada. Queria ter sentado, conversado, ensinado alguma coisa para essa mãe e sua amiga e abraçado a criança. Meu desejo maior era esse, de consolá-la. Mas não pude…fazer o que?
Um tapa aqui outro ali, parece pouca coisa. Outro dia mais dois ou três, quem sabe mais forte na perninha, daqueles de estalar e fazer tremer, para impor “respeito”, pois a pirraça ou o erro da criança foram maior e assim ela não erra mais. Daqueles de deixar marcado os dedos de um pai ou de uma mãe, deixar marcados a ira e a ignorância, quando as marcas deveriam ser outras em sua vida em formação.
A educação familiar comete erros. Como tem seus erros uma escola, uma igreja, a sociedade em geral. O tempo todo nos reciclamos, tentando melhorar o que não soou tranquilo e correto. É possível corrigir-se, restaurar-se, renovar-se para uma educação de amor, onde os filhos, as pessoas percebam que através de uma atitude mais doce e mais humana, de um gesto mais fraterno e não violento, de uma voz mais sossegada que soa suave na vida dos filhos, existe ali harmonia, existe paz, existe equilíbrio de vida pra se conseguir viver melhor nesse mundo tão maluco.
Não vamos desequilibrar nossos filhos com uma atitude impensada, com uma atitude somente pra extravasarmos nossa raiva e nos sentirmos melhor. As consequências podem vir mais tarde e não poderemos julgá-los por serem problemáticos ou “esquisitos”.
Como eles serão no futuro não sabemos, mas é nosso dever contribuir para uma vida mais amena, de mais diálogo, de mais abertura e cumplicidade. De mais ouvido atento, de mais atenção verdadeira.
E quando estiverem mais velhos, ainda em casa ou não, vão poder olhar para essa família como âncora, como base sólida sempre. Um lugar onde sempre poderão voltar com prazer. Onde buscarão e encontrarão um aconchego eterno.
E nós pais? Reconheceremos aliviados os frutos que plantamos. Perceberemos o maior retorno e a maior troca que podíamos ter: a gratidão do amor simples e tranquilo.
Renata Diniz
nov 20, 2013 @ 13:07:44
Ei Teresinha e Maria! Essas cenas acontecem mais do que deveria, infelizmente. Não tem desculpa e do resultado, creio, ninguém vai gostar. Dizem que cada pai tem o filho que merece, deve ser. Beijo!
Jamilly Maedolucas
nov 20, 2013 @ 13:40:08
Concordo totalmente com você. Tapinha doí sim e machuca mais nos sentimentos do que na pele.
beijos
Genis Borges
nov 20, 2013 @ 21:41:02
Nossa amiga, tenho pavor a essas atitudes. Se não saímos batendo em todo mundo que nos aborrece, pq bater em uma criança, só pq é indefesa? Não aceito, assim com vc.
Fiquei imaginando a cena dessa criança levando um tapa e chorando, que dó. Doi o coração…
Bjus.
Coisas da Lara
nov 21, 2013 @ 00:09:24
Meus pais nunca me bateram…. e fui uma criança livre, adolescente feliz e …. uma adulto que tenta dar o mesmo pra Lara: uma vida de direitos e deveres, com respeito e confiança. Bjus Coisas da Lara
♥ Nanda ♥
nov 21, 2013 @ 11:56:15
amiga acho que violência só gera violência
tudo tem seu tempo adequado
lindo dia bjs
Ser Mamãe Pela Segunda Vez
Google+Nanda
✿ chica
nov 21, 2013 @ 12:56:05
Tinha lido e comentado ontem, mas não entrou! Tapinha dói sim,Tens razão! beijos,chica
Tatty Nunes
nov 22, 2013 @ 03:08:23
Também penso assim, exige outras maneiras de educar sem bater…
Bjos
Tatty Nunes – Mãe de Primeira Viagem
Teresinha
nov 22, 2013 @ 11:57:09
Com toda certeza Tatty Nunes. Obrigada pela visita! Beijos
ღღღღ Cici ღღღღ
nov 24, 2013 @ 01:25:39
Muitas mulheres nem deveriam ser mães, na minha opinião.
Não sabem educar e muito menos dar carinho. Lamentável mesmo!
Bjns
🙂
Talita B.
nov 24, 2013 @ 01:54:42
Me preparando para ser mãe, ando pensando muito sobre isso, o quanto quando eu era pequena levava palmadas.
E o quanto não quero repetir essa situação com meu filho.
Marina Pinheiro Gomes
nov 24, 2013 @ 02:34:41
Esse assunto ainda é um pouco delicado para algumas de nós e para mim em especial pois ainda não aconteceu nenhuma situação comigo (pelo meu filho ainda ser bebê) ainda não posso falar sobre como será minha postura.
Como sou professora minha função é ensinar e acima disso educar meus alunos e pretendo com o Matheus fazer o mesmo, explicar, conversar até chegarmos a um progresso mas não posso dizer que nunca darei uma palmada porque sinceramente não sei… eu penso sempre em poder educar ensinando claro.
Bjs
Luma Rosa
nov 27, 2013 @ 02:17:57
Oi, Teresinha!
Quem passa mais tempo com a criança e é uma pessoa frustrada, tende a passar as suas neuras para a criança. Deveria existir curso para pais ou então, psicólogos para analisar se estão preparados para tal jornada de vida. Eu fico revoltada e não gosto nem de grito. Já entrei em confusão com uma vizinha veranista que batia tanto na criança, que ela gritava pedindo socorro. Eu tive que me meter, mas não sei o que aconteceu depois que foram embora quando as férias acabaram.
Toda criança tratada com carinho, é carinhosa. O contrário também procede! A agressividade e mal comportamento não nascem do nada. Alguns pais não entendem que estão entrando em um círculo vicioso agredindo tanto física quanto verbalmente uma criança!